A vitória de Johann Zarco no Grande Prémio de França foi mais do que um simples triunfo em casa — foi uma demonstração de coragem estratégica e frieza perante condições de pista extremamente complicadas. O piloto francês da LCR Honda venceu uma corrida marcada pela imprevisibilidade, impedindo Marc Márquez de impor a sua habitual supremacia nestas circunstâncias.

O diretor da equipa, Lucio Cecchinello, destacou a importância da ligação com o público francês: ‘O afeto e o amor que recebemos dos adeptos foi absolutamente incrível. Este triunfo traz-nos uma enorme alegria e satisfação. Vencer em Le Mans é sempre especial, mas fazê-lo com um piloto francês torna tudo extraordinariamente mais emotivo’, explicou ao GPOne.

A vitória começou a desenhar-se ainda antes da luz verde, com uma escolha decisiva relativamente aos pneus. ‘Prestámos especial atenção à evolução das previsões meteorológicas. Estávamos absolutamente convencidos de que as condições iam mudar rapidamente. Mostrei ao Johann os dados meteorológicos e expliquei-lhe que a chuva se aproximava, o que o convenceu a permanecer na grelha com pneus de chuva, enquanto a maioria dos outros pilotos optou por trocá-los.’

Durante a corrida, a pressão aumentou quando se tornou claro que Marc Márquez era o perseguidor direto. Cecchinello admitiu que a tensão foi elevada: ‘O desafio foi lidar com o facto de o segundo classificado ser precisamente o Marc Márquez, normalmente imbatível nestas condições. Estávamos cerca de um segundo mais rápidos por volta, e isso deixou-nos extremamente preocupados com a possibilidade de algum erro comprometer um resultado extraordinário.’

A vitória foi recebida como uma validação de anos de dedicação e estabilidade. ‘A nossa equipa manteve-se praticamente inalterada desde 2007. Acreditámos que a consistência e a lealdade à Honda seriam recompensadas, mesmo nos períodos mais difíceis. Esta vitória histórica confirma que fizemos a escolha certa ao mantermo-nos fiéis aos nossos princípios.’