
O Famalicão está num tranquilo 7.º lugar da tabela classificativa, com 44 pontos somados, pelo que encara esta reta final do campeonato de forma tranquila e sem qualquer tipo de pressão. Mas isso não significa, segundo Hugo Oliveira, que a equipa não pense na conquista do triunfo em cada um dos três jogos que faltam.
O próximo é já este sábado (15h30), no reduto do Farense, um adversário que está numa luta titânica pela permanência e que, por essa razão, está obrigado a vencer para manter acesa a luz da permanência na Liga. O treinador dos minhotos está ciente das dificuldades que o embate vai oferecer aos seus jogadores, ainda para mais «num estádio que por tradição é sempre muito difícil para o Famalicão», mas deixa a garantia do que pretende.
«Encaramos o jogo com a nossa forma de estar habitual e para lutar pelos três pontos. Queremos ser fiéis ao que acreditamos, que é o poder da bola. Sabemos que vai ser um jogo extremamente complicado, que é num momento cada vez mais decisivo para o nosso adversário, porque caminhamos para o final do campeonato e as decisões estão aí à porta. Certamente que vai ser um jogo extremamente competitivo, num estádio que por tradição é sempre muito difícil para o Famalicão, mas nós entraremos fiéis às nossas ideias», afirmou, na conferência de Imprensa realizada na manhã desta sexta-feira.
O Famalicão não ganha há dois jogos – derrota (1-2) frente ao FC Porto e empate (1-1) diante do SC Braga) -, mas o líder do balneário dos azuis e brancos do Minho olha para a realidade com outros dados: «A vitória está sempre no nosso horizonte, mas vivemos muito além daquilo que é o resultado quantitativo. Vivemos também muito agregados à consciência do trabalho em feito ou mal feito perante as nossas ideias. Apesar de não termos ganho nos últimos dois jogos, a verdade é que tirámos ilações muito positivas desses encontros. Para mim, o mais importante é perceber que já é algo emocionalmente muito estável dentro de nós, dos adeptos e da estrutura o sentimento do que é ou não um bom momento. Empatámos com o SC Braga, que é uma equipa forte, mas chegámos ao final com a sensação de que poderíamos ter levado mais do jogo. A nossa forma de estar é extremamente ambiciosa e o nosso caminho é para ser feito desta maneira.»
Questionado sobre a possibilidade de ainda ter esperanças de chegar ao 6.º lugar – ocupado pelo Santa Clara, com os açorianos a terem seis pontos à maior -, Hugo Oliveira foi claro: «Na nossa cabeça está apenas o Farense. Não adianta nada estarmos a pensar à frente se não conseguirmos vencer o caminho que está aqui à porta. O nosso foco, agora, é o Farense. Acredito que a equipa que tiver mais capacidade para interpretar a emoção do jogo e que, ao mesmo tempo, consiga meter as suas ideias, vai estar mais perto de ganhar.
Na reta final da conferência esteve também em cima da mesa o projeto global da formação do Famalicão, com o foco apontado à equipa de sub-23, que lutou até aos derradeiros instantes da última jornada pelo título da Liga Revelação, perdido após o empate (1-1) com o Torreense, na passada quarta-feira. «Uma das minhas costelas favoritas é essa paixão pela formação. É assim desde o início da minha carreira e desde que cheguei aqui a porta está completamente escancarada para os passos da academia à equipa principal do clube. São muitos os atletas que diariamente trabalham connosco, não só dos sub-23, como também dos sub-19 e dos sub-17. A caminha dos sub-23 [na Liga Revelação] foi extremamente positiva. Não é pelo facto de no último jogo não terem conseguido ser campeões nacionais que retira mérito ao que fizeram. Mais importante do que o resultado quantitativo é o processo formativo e estarem nestas decisões é um grande momento para o desenvolvimento dos jogadores», concluiu Hugo Oliveira.