
RUI SILVA (7) — A maior parte dos guarda-redes que fazem uma defesa como a que o ex-Betis fez aos 28 minutos, desviando com a ponta dos dedos remate de Di María com selo de golo, festejaria de forma efusiva. Rui Silva não. Fez-se desentendido, disse que não tocou na bola, trocou o protagonismo pelo pontapé de baliza. Já tivera protagonismo suficiente segundos antes, quando mergulhou aos pés de Akturkoglu, isolado, e impediu o turco de contorná-lo para fazer o empate. Teve uma ou outra falha em saídas pelo ar, mas entre os postes, e pelo chão, foi impecável, até numa saída da área aos 66’, revelando atenção e chegando primeiro que Pavlidis, que poderia ficar sozinho após livre rápido de Kokçu.
EDUARDO QUARESMA (6) — Grande primeira parte, vencendo duelo atrás de duelo frente a Akturkoglu e revelando atenção permanente na área, com cortes importantes — destacando-se um de cabeça aos 21’, quando tinha Pavlidis e Akturkoglu nas costas para finalizar. No segundo tempo, quando o turco passou para a direita e apanhou Schjelderup, sentiu mais problemas, mas foi Pavlidis quem lhe fez a maior maldade, no lance do golo do Benfica, levando-o a escorregar e a ficar fora do lance.
DIOMANDE (6) — Também escorregou no lance do golo do Benfica, única mancha numa exibição cheia de duelos ganhos frente ao grego. Apareceu inúmeras vezes no caminho da bola, fosse a intercetar cruzamentos, fosse a bloquear remates, como aconteceu aos 54’ (Pavlidis) e 59’ (Schjelderup).
GONÇALO INÁCIO (7) — Entre o excelente acerto do trio de centrais do Sporting, foi talvez o mais constante, o mais seguro, mesmo que o menos exuberante. Fez quase tudo bem, acumulando cortes, muitos deles na hora H (como aos 31’, ao evitar que Pavlidis entrasse na área), e impedindo os adversários de visarem a baliza (aos 24’ travou remate de Aursnes, aos 73’ de Belotti).
GENY CATAMO (5) — Sofreu com Carreras, a quem raramente ganhou no um para um, fosse a atacar, fosse a defender — e foi em iniciativas do espanhol, pela esquerda, que o Benfica conseguiu as melhores aproximações à área contrária na primeira parte. Subiu um bocadinho de produção na segunda, foi um pouco mais seguro a defender, mas nunca conseguiu desequilibrar.
DEBAST (5) — Defendeu uns metros acima de Hjulmand e acabou várias vezes a pressionar Florentino, mas na maior parte das ocasiões pareceu perdido em campo. Conseguiu uma ou outra recuperação de bola, após a qual procurava sempre lançar de forma rápida Gyokeres — um passe de trivela sobressaiu, no lance do golo depois anulado a Pedro Gonçalves, mas soube a pouco. E ainda arriscou ver o árbitro marcar penálti contra o Sporting por empurrar Otamendi na área. Foi o primeiro a sair, numa altura em que parecia incapaz de ajudar a travar o ascendente do Benfica.
MAXI ARAÚJO (6) — Encaixou muitas vezes em Di María, na primeira parte, com Inácio mais centralizado que Quaresma, que quase defendia como lateral-direito. Teve muito trabalho, mas levou-o com sucesso, e o argentino teve quase sempre de procurar zonas centrais para tentar desequilibrar. Na segunda parte quase não atacou, face à pressão do Benfica, e no golo do empate chegou tarde para impedir Akturkoglu de finalizar — com a maldade adicional de o remate ainda lhe ter batido na cabeça.
TRINCÃO (6) — Execução perfeita a inaugurar o marcador, no primeiro remate do Sporting, a dar a ilusão de que o título poderia ser decidido ainda no jogo da Luz. Só que não voltou a ter a mesma pontaria. Apareceu muitas vezes ao meio, à procura de segundas bolas, mas os remates saíram ou para fora ou contra os adversários.
GYOKERES (6) — Ajudou a decidir logo aos 4’, com uma fuga pela esquerda, tão típica, e a decisão de, em vez de partir para cima dos adversários, esperar. E esperou pelo momento certo para fazer a assistência para Trincão. Teve mais duas ou três arrancadas similares em que não esperou e não conseguiu desequilibrar — o melhor remate terá sido aos 38’, mas Trubin defendeu bem. Batalhou muito, mas aproveitou pouco, e até no único remate enquadrado do Sporting na segunda parte (85’) podia ter feito bem melhor.
PEDRO GONÇALVES (5) — Está no lance do golo do Sporting, foi ele a lançar Gyokeres na esquerda, mas foi fogacho único (não contando com o golo bem anulado, após falta de Gyokeres) numa exibição esforçada na qual mostrou claramente não estar nas melhores condições físicas. Mesmo assim, podia ter arrancado expulsão a Otamendi (17’), tivesse o árbitro visto a falta do argentino. Foi obrigado a esforço suplementar, porque do trio atacante era ele quem recuava, a defender, para se juntar ao meio-campo e travar as investidas de Tomás Araújo. Saiu esgotado, aos 71’.
MORITA (5) — Foi chamado a jogo cedo, logo aos 57’, mas pouco mais conseguiu dar ao jogo do que Debast, não impedindo a avalanche do Benfica até ao empate. Depois disso melhorou um pouco, mas podia ter ajudado a resolver a questão do título já na Luz — aos 75’ tinha tudo para isolar Maxi Araújo mas o passe saiu horrível.
QUENDA (5) — Entrou aos 71’, estava com mais pulmão que Pedro Gonçalves, claro, e deu importante ajuda a defender, mas quase não se viu no ataque.
ST. JUSTE (6) — Quaresma ia sentindo dificuldades com Schjelderup e Rui Borges lançou mão do neerlandês, que respondeu presente. Na compensação, ganhou dois duelos individuais frente ao norueguês e num deles até saiu com a bola controlada, arrancando amarelo a Kokçu, que teve de travá-lo em falta.
MATHEUS REIS (5) — Refrescou a esquerda da defesa, impediu que Bruma, que entrou logo a seguir, fosse um fator, e ajudou a queimar segundos preciosos.
HARDER (4) — Entrou para o lugar de Trincão, teve espaço, teve bola, mas faltou-lhe acerto. Várias vezes podia ter arrancado para a vitória, mas mostrou que está demasiado verde para se pensar nele como sucessor de Gyokeres.