O andebolista internacional português Manuel Gaspar vai interromper temporariamente a carreira, depois de lhe ter sido diagnosticada a doença de Crohn. A revelação foi feita pelo próprio guarda-redes, esta terça-feira, através de uma publicação nas redes sociais.

“Esta época termina aqui para mim. Mais cedo do que queria, mais cedo do que planeei, mas com a mentalidade certa, porque sei que estou a fazer o que é preciso para voltar bem, forte e preparado”, escreveu o atleta de 26 anos. “Esta pausa é temporária. Voltarei assim que puder”, acrescentou, deixando ainda uma palavra de agradecimento a colegas, amigos e familiares pelo apoio durante este período difícil.

Manuel Gaspar representava esta temporada o Chartres, atual 12.º classificado da liga francesa, onde somou 28 jogos na época de estreia. Proveniente do Dijon, o guarda-redes foi obrigado a parar depois de confirmar sofrer de uma doença inflamatória intestinal crónica, que pode afetar qualquer parte do sistema digestivo.

“No início, tentei não dar demasiada importância. Comecei a perder peso, a sentir dores constantes e a ter muitas noites mal dormidas. Continuei a treinar e a competir, mas os sintomas agravaram-se. Após vários exames, recebi finalmente o diagnóstico: doença de Crohn”, explicou.

Formado no Sporting, onde conquistou dois campeonatos nacionais (2016/17 e 2017/18) e uma Taça de Portugal (2021/22), Manuel Gaspar destacou-se também a nível internacional, tendo representado Portugal no Euro 2022 e no Mundial 2023. Em França, venceu ainda a Taça de França em 2022/23 ao serviço do Nantes.

O que é a doença de Crohn?

A doença de Crohn é uma inflamação crónica do trato gastrointestinal, que pode afetar qualquer segmento do aparelho digestivo, desde a boca até ao reto, provocando lesões, dor abdominal, perda de peso e outras complicações que podem interferir significativamente na qualidade de vida.

A condição, apesar de invisível, é crónica e exige um tratamento que, por agora, é incompatível com a prática de desporto profissional.

“Não foi uma escolha, foi a realidade imposta pela própria doença e pelo que é necessário fazer para recuperar a minha saúde”, rematou.