
Duas datas marcam o reinado de Frederico Varandas em Alvalade: 8 de setembro de 2018 e 26 de maio de 2025. O dia em que se tornou 44.º presidente do Sporting e o dia em que se tornou no mais titulado de sempre do clube. 2452 dias que mudaram toda a história do novo bicampeão nacional. Um estatuto, recorde-se, de todo impensável se recuarmos a esse ponto de partida. As nuvens negras, sinais de um abismo anunciado, após rescaldo do ataque à Academia, rescisões de jogadores, contas a zero, Frederico Varandas debateu-se sempre com uma massa crítica feroz, oriunda das bancadas, só ultrapassada com a conquista de títulos. 9 no total: 3 campeonatos, 2 Taças Portugal, 3 Taças da Liga e 1 Supertaça. Mais um do que Ribeiro Ferreira, que liderou os leões entre os longínquos anos de 1946 e 1953.
Devolveu estabilidade desportiva e financeira ao clube e, com isso, afastou também, nesta fase, uma oposição relevante, um panorama bem diferente do da sua entrada, em 2018, as eleições mais concorridas de sempre em Alvalade, com 22.510 sócios votantes, nas quais o antigo diretor clínico dos leões venceu... cinco opositores: João Benedito, José Maria Ricciardi, Dias Ferreira, Fernando Tavares Pereira e Rui Jorge Rego.
Uma vitória que marcou um ponto de viragem. Os sinais de retoma foram dados com as conquistas da Taça de Portugal e da Liga, em 2018/2019, com Marcel Keizer no comando técnico. A saída do neerlandês, no arranque de 2019/2020, e a instabilidade da sucessão, com as (curtas) passagens de Leonel Pontes e Silas, abriu nova onda de desconfiança. Que só haveria de atenuar com a chegada, claro está, de Ruben Amorim.
Ligação umbilical a Ruben Amorim
E foi o agora treinador do Man. United que esteve umbilicalmente ligado a seis destes nove títulos. Colocando, em 2020/2021, um ponto final no mais longo jejum de campeonatos, de 19 anos, e que lhe deu margem para em março de 2022 abraçar um segundo mandato com votação esmagadora de 85,8% na frente de Ricardo Oliveira e Nuno Sousa. E a partir daqui... tudo é história. Um casamento perfeito com Amorim e Hugo Viana, que se traduziu em títulos, transferências recordes e uma estabilidade como há muito não se via em Alvalade.
Mandato termina em 2026
A estrutura sofreu esta temporada um forte abalo. Com as saídas de Hugo Viana (Man. City) e Ruben Amorim (Man. United)... sobrou Varandas. Saídas com o comboio em andamento que não descarrilou. A transição para João Pereira não correu da forma desejada, mas o líder leonino retificou, no final do ano, com Rui Borges. Devolvendo confiança e tranquilidade, mesmo perante cenário adverso, com número inusitado de lesões.
Frederico Varandas superou tudo e tornou o clube bicampeão mais de 70 anos depois. A recente conquista da Taça, não só aumentou o palmarés dos leões, como também colocou o presidente no topo da lista dos dirigentes mais vencedores de sempre. Podendo, de resto, chegar aos dois dígitos em número de troféus na Supertaça, que abrirá a temporada 2025/2026. Finda a qual haverá novas eleições. Ainda não houve uma confirmação, mas o sucesso obriga, para já, a uma recandidatura. As declarações no Jamor abrem essa porta... «O que me interessa são os títulos que ainda aí vêm. Confiante para o futuro? Muito, muito», disse.