
A Fórmula 1 nunca lhe faltou a sua dose de drama, mas poucas declarações recentes abalaram a convenção como o desprezo de Fernando Alonso pela mitologia romântica que envolve as corridas em condições de chuva. O veterano espanhol, que agora contabiliza impressionantes 413 entradas em Grandes Prémios, rotulou de forma direta a noção do piloto-herói a dominar uma pista escorregadia como “besteira”.
Os fãs que acompanharam a carreira de Alonso sabem que ele nunca se esquivou da controvérsia, no entanto, a sua crítica mais recente vai mais fundo do que a típica bravata dos pilotos. Ele insiste que a Fórmula 1 moderna é dominada não pela pura coragem em um circuito encharcado, mas pela acumulação e análise implacável de dados. “Não se pode pensar em corridas agora como um duelo entre o homem e a água,” disse ele aos repórteres na semana passada. “Sem temperaturas de pneus, traços de travagem, tempos de concorrentes – simplesmente perdes a visão do quadro.”
O momento de Alonso foi revelador, chegando logo após um Grande Prémio da Grã-Bretanha extremamente imprevisível, durante o qual a chuva, o sol e as superfícies de pista variadas trocaram de lugar a cada poucas voltas. Durante aquela tarde tumultuada, ele terminou em nono, um resultado sólido, ainda que o seu colega de equipa Lance Stroll tenha brevemente parecido estar a caminho do pódio antes de se contentar com o sétimo lugar. Os dados moldaram ambos os resultados muito mais do que o instinto sozinho.
Para ser sincero – e percebo que tal honestidade pode desagradar alguns fãs – os comentários incisivos de Alonso desafiam gentilmente a narrativa romântica na qual pilotos destemidos conquistam chuvas torrenciais apenas através da coragem. Em vez disso, a sua observação destaca um mundo onde a engenharia finamente ajustada e a habilidade humana devem trabalhar em conjunto para prevalecer sobre o pavimento molhado.
Dito isto, quando os milissegundos evaporam no circuito moderno, não se pode deixar de ponderar precisamente quanto influência o homem no cockpit retém uma vez que as nuvens desatam a sua fúria. Soa familiar? Esta luta entre a herança das corridas e a inovação tecnológica promete manter todos os espetadores colados às suas cadeiras nas temporadas vindouras.
ESTATÍSTICAS
Fernando Alonso Díaz (nascido a 29 de julho de 1981) é um piloto de corridas espanhol e ex-piloto de Fórmula Um. É um bicampeão do Mundo de Fórmula Um e é frequentemente considerado um dos maiores pilotos de Fórmula Um na história do desporto. Participou em 17 temporadas de Fórmula Um. Fora da Fórmula Um, Alonso está atualmente a liderar o Campeonato Mundial de Resistência da FIA 2018–19 com a Toyota Gazoo Racing. Venceu as 24 Horas de Le Mans de 2018 na sua primeira tentativa com os co-pilotos Kazuki Nakajima e Sébastien Buemi. Participou nas 500 Milhas de Indianapolis de 2017 e nas 24 Horas de Daytona de 2018. Nascido em Oviedo, a capital da região autónoma das Astúrias, Alonso começou no karting aos 3 anos. Venceu três campeonatos de karting consecutivos em Espanha de 1994 a 1997, e tornou-se campeão mundial de karting em 1996. Fez a sua estreia na Fórmula Um na temporada de 2001 com a Minardi, e depois mudou-se para a equipa Renault como piloto de testes no ano seguinte. Como piloto principal da Renault a partir de 2003, foi coroado Campeão do Mundo de Pilotos de Fórmula Um em 2005 e 2006. Com 24 anos e 58 dias ao conquistar o título, foi o mais jovem Campeão do Mundo de Pilotos de Fórmula Um, e subsequentemente o mais jovem bicampeão na altura. Juntou-se à McLaren em 2007, antes de voltar à Renault por duas temporadas em 2008 e 2009.
Alonso correu pela Scuderia Ferrari durante cinco épocas entre 2010 e 2014. Durante esse tempo, terminou em segundo lugar no campeonato atrás de Sebastian Vettel três vezes (2010, 2012 e 2013) e venceu 11 Grands Prix adicionais. Dois desses anos, perdeu o título de forma apertada na corrida final. Ele voltou à McLaren para quatro épocas entre 2015 e 2018. Alonso detém vários recordes de condução na Fórmula Um. Ele foi anteriormente o mais jovem piloto a qualificar-se para a pole position e a vencer um Grande Prémio no Grande Prémio da Malásia de 2003 e no Grande Prémio da Hungria de 2003, respetivamente. Ele foi o mais jovem campeão do mundo ao conquistar o título aos 24 anos e 58 dias, e subsequentemente o mais jovem bicampeão do mundo. De 2013 até 2015, deteve o recorde de mais pontos de campeonato na carreira. Cada um desses recordes foi ultrapassado inicialmente por Sebastian Vettel. A partir de novembro de 2018, Alonso é o único piloto espanhol a ter vencido um Grande Prémio de Fórmula Um e é o piloto com o sexto maior número de vitórias em Grands Prix, com 32. Como vencedor do Grande Prémio de Mónaco e das 24 Horas de Le Mans, Alonso é um dos apenas treze pilotos a ter vencido duas das três corridas que compõem a Triple Crown do Motorsport. Apelidado de El Nano, um pseudónimo típico para Fernando nas Astúrias, sua terra natal, Alonso atua como Embaixador da Boa Vontade para a UNICEF. Temporada Atual: 8 pódios, 3 vitórias em corridas, 2 pole positions. Classificação do campeonato: 2º lugar com 285 pontos. Melhores tempos de volta: Recordes de setor em 4 circuitos. Vitórias na carreira: 25 vitórias em 180 corridas. Prémios de volta mais rápida: 12 voltas mais rápidas na carreira. Desempenho da equipa: Líder do campeonato de construtores.