Tarde de grande desilusão lusa em Žilina. Portugal, mesmo em superioridade numérica ao longo de quase todo o jogo, perdeu perto do fim contra os Países Baixos (0-1) e foi eliminado do Europeu.

Sem Roger Fernandes (lesionado), Rui Jorge optou por reforçar o meio campo luso, numa espécie de 4-5-1, com uma grande variabilidade de movimentos entre Nascimento - Gustavo Sá - Mateus Fernandes - Paulo Bernardo, mas esta coesão/criatividade durou sensivelmente uma hora.

Portugal esteve por cima, mas um penálti falhado por Geovany Quenda e várias ocasiões desperdiçadas alimentou a ansiedade lusa e ergueu a esperança neerlandesa que conseguiu, num lance de contra ataque, definir o resultado.

Podia ter sido melhor/pior...

A jogar com mais um elemento desde o minuto 21, com um penálti a favor e o domínio quase total da partida... Portugal podia ter conseguido uma vantagem importante e confortável antes de seguir para os balneários. Mas, verdade seja dita, também podia ter sido pior.

Os Países Baixos, mesmo a jogar com 10, conseguiu explorar alguma permeabilidade na linha defensiva lusa e, para além do golo invalidado (fora de jogo claro) aos 36', teve a melhor ocasião do primeiro tempo, com Samuel Soares a revelar-se decisivo, com uma defesa gigante a remate de Thom van Bergen em zona priveligiada.

Oportunidade de ouro desperdiçada pela seleção neerlandesa que viu-se em dificuldades graças a dois lances imprudentes de Ruben van Bommel que decidiu, num espaço de dois minutos, ser expulso com um duplo amarelo, depois de duas faltas duras.

A seleção nacional, refira-se, também podia ter sido mais feliz, com Quenda a desperdiçar uma grande penalidade ao minuto 31.

Inconsequentes

Mesmo em superioridade numérica, e com as mudanças de Rui Jorge, a seleção nacional revelou uma impotência incomum na segunda parte. Pouca agressividade, intensidade e um número de oportunidades demasiado baixo para o expectável.

De resto, a melhor ocasião surgiu logo aos 48', através de uma combinação entre Gustavo Sá e Paulo Bernardo. A partir daqui, Portugal entrou numa monotonia inexplicável. Muitos cruzamentos, imensos cantos, e demasiada incapacidade na hora de finalizar.

Com isto, os Países Baixos permaneceram seguros, tranquilos e foram aproveitando o espaço para contra atacar. Depois de um aviso sério ao minuto 82, um passe fantástico de Ian Maatsen isolou Ernest Poku que contornou Samuel Soares e fez o 1-0 na partida.

Resultado que sublinha a resiliência neerlandesa e a impotência portuguesa.