Diana Durães volta aos Campeonatos do Mundo de natação, no domingo, ao seu lugar desde 2016, após "um ano desafiante", com uma cirurgia a um ombro, e "só o facto" de competir em Singapura já é, em si, uma vitória.

"Foi um ano desafiante para mim, fiz uma cirurgia ao ombro em agosto. Todo esse processo foi difícil, complicado, com tudo o que envolve uma cirurgia. Pelo caminho, houve alguns contratempos pessoais, também a nível físico, que atrasaram um pouco a recuperação. Só o facto de estar aqui, (...) já é uma grande vitória e conquista para mim", descreve.

Durães é a mais experiente de um quarteto luso na natação pura, que inclui o bicampeão mundial Diogo Ribeiro e a campeã da Europa Camila Rebelo, além da jovem Francisca Martins, e os seus pergaminhos internacionais têm mais de uma década.

A nível sénior, os Europeus de piscina curta de 2015 foram já há uma década, e os Mundiais de 25 metros no ano seguinte; em Jogos Olímpicos, foi 23.ª nos 1.500 metros livres de Tóquio 2020, uma das duas distâncias que nada em Singapura, além dos 800 livres.

Os bons resultados são uma constante na carreira da recordista de Portugal aos 800 e 1.500 livres, e até as medalhas internacionais, como nos Jogos do Mediterrâneo Tarragona2018 (bronze nos 400 livres) e na Taça do Mundo de Berlim do ano seguinte, com novo terceiro lugar, aos 800 livres.

"Este último estágio em Tenerife permitiu-me voltar a sentir-me a Diana que era a treinar. Voltei a sentir-me forte. Foi mesmo um ano muito complicado da carreira. Tive momentos em que achava que não iria voltar a competir", admite.

Os últimos meses foram de grande evolução, depois de ainda recentemente ter nadado, nos Nacionais, "com dor", mesmo nas provas mais curtas, e a pensar em como conseguiria fazer as mais longas.

Aos 29 anos, vive "uma nova fase", e reitera que "mais do que qualquer resultado, estar aqui já é uma grande vitória", sem objetivos específicos em qualquer das distâncias.

"Acho que foi tudo um processo, semana a semana. Tive uma equipa técnica incrível, que me ajudou a superar todos estes desafios", conta.

Ainda assim, os contratempos não a desviam do foco ,"o objetivo sempre foi os Jogos Olímpicos Los Angeles 2028".

"Esse é o objetivo, se não, não faria uma cirurgia tão complicada. (...) Estou no bom caminho. Independentemente do resultado, sinto-me pronta e preparada, mesmo podendo não estar a 100%, para competir com as melhores", afirma.

A estreia de Diana Durães ocorre na madrugada de segunda-feira, ao entrar em ação nas eliminatórias dos 1.500 livres, seguindo-se os 800 no dia 1 de agosto.