
As viagens em primeira classe são, teoricamente, as melhores, com condições de excelência para os passageiros, mas nem sempre estão ao alcance de todos. Nesse sentido, voar em económica é uma das alternativas e foi, desta feita, a opção dos vimaranenses. A exibição ficou distante do brilhantismo de outras – como a da jornada anterior, por exemplo, diante do Rio Ave (3-0) -, mas nesta fase da época o mais importante são mesmo os pontos. Se for possível juntar o triunfo à nota artística, ótimo, mas se for necessário entrar no avião de fato de macaco, que assim seja.
E desde cedo que os comandos de Luís Freire perceberam que iriam ter dificuldades na Choupana. Tiago Margarido surpreendeu e apresentou uma equipa em 3x4x3, algo que, não sendo inédito, não tem sido assim tão comum, e os instantes iniciais foram de adaptação mútua. Talvez por isso tenha sido de fora da área que o Vitória colocou o primeiro carimbo no passaporte: Gustavo Silva rematou para excelente intervenção de Lucas França, mas, na recarga, Tiago Silva foi… 10 e estava no sítio certo para atirar a contar.
Em desvantagem, os madeirenses mantiveram a estabilidade emocional e foram tentando transições rápidas. Durante essa fase, os conquistadores, mais maduros e experientes, controlavam na intermediária. As oportunidades escasseavam, mas Joel Tagueu e Jesús Ramírez colocaram Bruno Varela e Lucas França em sentido. Luís Esteves também quis tocar o céu, mas a porta de embarque não se abriu.
E como a viagem não estava para grandes acrobacias, o Vitória adotou uma postura ainda mais de contenção na etapa complementar. Percebendo que a reação contrária poderia ser forte, o emblema minhoto agarrou-se à solidariedade coletiva e só atacou pela certa.
Mas quando o fez… foi letal: assistência perfeita de Nuno Santos e remate certeiro de Jesús Ramírez – o ponta de lança venezuelano não festejou o golo por respeito ao Nacional, o seu anterior clube.
Parecia estar tudo decidido, mas o recém-entrado Fuki Yamada levou combustível e ainda colocou dúvidas no destino dos três pontos: oportuno, o extremo japonês fugiu à marcação e reduziu a desvantagem dos insulares.
A esperança renascia para os da casa, mas a pressão final não surtiu efeito. E o Vitória saiu da pérola do Atlântico com vistas (ainda mais) alargadas para a Europa…
As notas dos jogadores do Nacional:
Lucas França (5), Ulisses (5), Matheus Dias (5), Zé Vítor (5), João Aurélio (5), Luís Esteves (5), Djibril Soumaré (5), José Gomes (5), Paulinho Bóia (6), Joel Tagueu (6), Rúben Macedo (6), Daniel Penha (6), Gustavo Garcia (5), Labidi (5), Fuki Yamada (6) e Arvin Appiah (5).
As notas dos jogadores do Vitória de Guimarães:
Bruno Varela (5), Miguel Maga (5), Toni Borevkovic (6), Filipe Relvas (5), João M. Mendes (5), Tiago Silva (7), Tomás Handel (6), Telmo Arcanjo (5), João Mendes (5), Gustavo Silva (6), Jesús Ramírez (6), Vando Félix (5), Nuno Santos (6), Nélson Oliveira (5), Mikel Villanueva (-) e Beni (-).
As reações dos treinadores
Tiago Margarido (Nacional)
O futebol tem esta capacidade de ser cruel. A primeira parte foi muito repartida e sem se prever o Vitória chega a uma vantagem que, na minha ótica, era injusta ao intervalo. Depois disso, conseguimos estar mais altos, com mais chegadas, mas não marcámos e acabámos por sofrer. Ainda fizemos o 1-2, mas o resultado foi injusto.
Luís Freire (Vitória de Guimarães)
Entrámos bem, fizemos um grande golo e estivemos muito concentrados. Na segunda parte sabíamos que o Nacional ia arriscar tudo e acabámos por chegar ao segundo golo. O adversário acabou por fazer um golo, o jogo abriu e tivemos dificuldades em controlar a profundidade. Mas fechámos bem, lutámos e conseguimos uma grande vitória.
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Notícia atualizada às 18h43