Toto Wolff, chefe de equipa da Mercedes, confirmou que a construtora alemã está a explorar a possibilidade de contratar Max Verstappen. Ainda assim, garante que esse cenário não está a interferir nas negociações para a renovação de contrato com George Russell, que expira no final da presente temporada.

A especulação em torno de uma eventual mudança de Verstappen da Red Bull para a Mercedes reacendeu-se esta semana, depois de o próprio Russell admitir que as suas conversas com os responsáveis estavam a ser adiadas devido ao interesse no piloto neerlandês. A Mercedes conta ainda com o jovem Andrea Kimi Antonelli, de apenas 18 anos, com contrato de longa duração, o que adensa as dúvidas sobre o alinhamento de pilotos para 2026.

Verstappen, por seu lado, tem contrato com a Red Bull até 2028, embora o conselheiro Helmut Marko tenha reconhecido publicamente a existência de cláusulas de desempenho que podem permitir ao tetracampeão mundial sair antes do fim do vínculo.

Wolff, em declarações à Sky Sports, rejeitou a existência de qualquer atraso nas conversas com Russell. «Primeiro que tudo, não há qualquer atraso em relação ao contrato do George. Já há muito tempo que temos os timings definidos. Conhecemo-nos há muitos anos, portanto não há nada disso. Mas, como chefe de equipa de uma marca como a Mercedes, é natural estarmos atentos ao que vai fazer um piloto com quatro títulos mundiais no futuro... E isso pode ser algo ainda distante.»

O dirigente sublinhou ainda que tudo tem sido comunicado de forma aberta ao próprio Russell. «Na equipa tentamos ser transparentes, como sempre fomos. Podes esconder as coisas ou fazer como temos feito nos últimos 20 anos: dizê-las com frontalidade. Estes pilotos são inteligentes, falam entre si. Estou a ser claro. Não há nada como 'vamos assinar com o Max', porque é algo demasiado distante neste momento. Com o George, falamos sobre tudo», acrescentou.

Ainda antes destas palavras, Wolff passou boa parte da conferência de imprensa desta sexta-feira, no Grande Prémio da Áustria, a fugir às perguntas diretas sobre Verstappen. Questionado se existia algum prazo definido para assinar com o piloto da Red Bull, foi taxativo: «Fazem parecer que andamos a perguntar-lhe quando quer vir e com que condições. Não é assim que isto funciona.»

O responsável da Mercedes sublinhou ainda que as negociações devem decorrer longe dos holofotes. «Quero ter essas conversas à porta fechada, não em assembleias públicas. Temos dois pilotos que fazem parte do nosso programa há muitos anos. Estou satisfeito com eles e acredito que vão contribuir para o futuro da equipa. É uma situação diferente.»

George Russell, por seu lado, parece ter a renovação praticamente assegurada. «O George não tem de fazer nada. Está connosco há cerca de dez anos, sempre cumpriu com as expectativas. E continua a fazê-lo. A verdade é que não lhe demos um carro para ser campeão do mundo nestes três anos e isso é responsabilidade nossa. Quando o carro tem potencial, ele vence corridas. Basta ver o que fez hoje nos treinos. Sabemos que extrai sempre o máximo do carro», lembrou Wolff.

Sobre a possibilidade de um futuro alinhamento com Verstappen e Russell lado a lado, o chefe da Mercedes não descartou o cenário, mas alertou para os riscos. «Consigo imaginar qualquer alinhamento. Já tive Rosberg e Hamilton a lutarem pelo título e, depois disso, tudo se tornou mais fácil. Há vantagens e desvantagens em ter dois pilotos a lutar entre si. Já vimos situações em que isso funciona… e outras em que não.»

Verstappen, por sua vez, manteve-se evasivo quando questionado sobre onde irá competir em 2026. «Não acho que precisemos de falar sobre isso. Nem me lembro do que disse no ano passado. É a mesma resposta: não está na minha mente neste momento. Estou focado em pilotar bem e melhorar o desempenho, depois logo veremos o que o futuro traz.»

Com os bastidores do mercado a fervilhar, o nome de Verstappen continuará inevitavelmente ligado à Mercedes nos próximos meses. Mas, para já, na garagem de Brackley, o presente chama-se George Russell.