
Arne Slot, treinador do Liverpool, voltou a comentar sobre o falecimento trágico de Diogo Jota - jogador luso com quem conviveu na temporada 2024/25. O técnico de 46 anos destacou as homenagens realizadas pelos reds ao seu antigo pupilo.
«Em primeiro lugar, teve um grande impacto em nós, mas nada comparado com a perda que sentem os seus pais, a sua mulher Rute, os seus filhos e a sua restante família. Assim, o primeiro sentimento que todos temos é de tristeza. O segundo sentimento que me vem à cabeça é o orgulho. Penso que os seus pais e a Rute podem estar muito orgulhosos do jogador e da pessoa que ele era, sobretudo da pessoa. Falei com muitos dos seus colegas de equipa, falei com muitos elementos do staff e todos falam tão bem dele e todos dizem que era uma pessoa muito simpática», referiu, numa primeira instância, numa entrevista concedida à DAZN.

«Em segundo lugar, penso que os nossos adeptos podem estar muito orgulhosos dos jogadores que temos neste clube. Os adeptos viram-nos ganhar a liga, o que foi um grande feito, mas o que fizeram na última semana, a união que tiveram, a forma como se comportaram quando estivemos juntos em Portugal, os adeptos não podiam ter pedido mais aos nossos jogadores no que diz respeito à qualidade de seres humanos que são. Portanto, sim, essas são as duas emoções. É claro que a primeira emoção de tristeza é muito mais forte do que a de orgulho, mas são as duas», acrescentou.
Sobre a visita ao memorial - juntamente com a mulher -, o técnico neerlandês preferiu não abrir muito o livro: «É quase impossível pôr alguma coisa em palavras neste momento. Mas ambos sentimos que era a coisa certa a fazer, ir lá e prestar a nossa homenagem. Não só eu, mas também a minha mulher. Prestar-lhe homenagem, ao seu irmão, à sua família. E para ver... Falando novamente do orgulho, a forma como os nossos adeptos mostraram o quanto se preocupam com este clube depois de termos ganho a liga contra o Tottenham, o quanto adoraram o clube quando estávamos a fazer o desfile, este é o clube.»
«Quando se joga neste clube, é inacreditável quando se ganha alguma coisa. Mas em momentos de tragédia, penso que também é inacreditável o que estes fãs estão a fazer. Assim, os adeptos não podem ter melhores jogadores a jogar para eles. Mas penso que nós, enquanto jogadores e equipa técnica, não podemos ter melhores adeptos a apoiar-nos. Mas não são só os adeptos. No desfile, foram apenas os adeptos do Liverpool, o que presumo. Desta vez foi a cidade toda, não foi só Liverpool, foram também os adeptos do Everton e não só desta cidade, mas também de todo o país e do mundo. Mas representar este clube nesta cidade, agora significa ainda mais para mim, para a minha mulher, do que antes», concluiu.
O líder do emblema inglês recordou, ainda, uma história curiosa do antigo jogador: «Com ele, tudo girava em torno da equipa. Se queremos atravessar este período temos de o fazer em conjunto. O Diogo Jota escolheu uma fotografia depois de termos ganhado a Premier League contra o Tottenham e queria tê-la em casa. Decidiu não escolher uma foto dele próprio, mas sim uma nossa, de todo o grupo, de toda a equipa, em frente aos nossos adeptos. Isso diz-nos o quanto ele era um jogador de equipa.»