De acordo com o último Censo realizado pelo IBGE, o número de venezuelanos residentes no Brasil subiu de 2.900, em 2010, para 271.500, em 2022, principalmente devido ao forte êxodo de pessoas provocado pela crise económica, política, social e humanitária na Venezuela.

Já o número de portugueses residentes no Brasil, que tradicionalmente constituíam a maior comunidade estrangeira no país sul-americano lusófono, caiu de 138.000, em 2010, para 104.300, em 2022.

"Em 2010, os nascidos em Portugal era o grupo mais numeroso nesse segmento da população, dando lugar, em 2022, aos nascidos na Venezuela, tendo o país europeu passado ao posto de segunda maior naturalidade estrangeira no Brasil", destacou Marcio Minamiguchi, responsável pelas Estimativas e Projeções de População do IBGE.

"Houve também um importante aumento dos naturais de outros países da América Latina e, por outro lado, uma redução dos nascidos na Europa de um modo geral", acrescentou o mesmo especialista.

Depois de venezuelanos e portugueses, as maiores comunidades estrangeiras no Brasil são bolivianos (80,3 mil), paraguaios (58,3 mil), haitianos (57,4 mil) e argentinos (42,6 mil).

Os latino-americanos, que aumentaram de 183 mil em 2010 para 646 mil em 2022, representam quase 65% dos estrangeiros no Brasil, destronando europeus e norte-americanos, que antes eram dominantes.

Entre os não latino-americanos, e excluindo os portugueses, os mais proeminentes são os japoneses (39 mil), os italianos (30,2 mil), os chineses (23,8 mil), os norte-americanos (23,3 mil) e os espanhóis (23,1 mil).

Entre os cerca de um milhão de estrangeiros e naturalizados a residir no Brasil em 2022, 460 mil imigraram até 2012, 151 mil entre 2013 e 2017 e outros 399 mil entre 2018 e 2022, evidenciando que o fluxo mais recente já é responsável pela maior parte das pessoas nascidas no exterior a residir no Brasil, de acordo com o IBGE.

O número de estrangeiros no Brasil representa 0,50% da população do país e é 70% superior ao registado no Censo de 2010 (592,6 mil estrangeiros ou naturalizados brasileiros) e também o maior número desde o Censo de 1980, quando havia 1,11 milhões de estrangeiros a viver no país sul-americano.

 

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