Quem é e por onde passou Xavier Salomon, o italiano que vem de Nova Iorque para assumir a direção do Museu Gulbenkian

O atual diretor da The Frick Collection, de Nova Iorque, que passou pelo Metropolitan Museum of Art, assim como pelo British Museum e a National Gallery, foi escolhido no âmbito de um recrutamento internacional e irá suceder António Filipe Pimentel

Rabbani and Solimene Photography

Após um processo de recrutamento internacional, a escolha do Conselho de Administração da Fundação Gulbenkian para novo diretor do Museu recaiu sobre Xavier Salomon, atualmente diretor-adjunto e curador-chefe da The Frick Collection, de Nova Iorque. O italiano nascido em Roma, de 46 anos, e que estudou história da arte no Courtauld Institute of Art, em Londres, ocupará o cargo desempenhado por António Filipe Pimentel, cuja passagem à reforma se concretiza já no próximo ano.

A carreira de Xavier Salomon iniciou-se no British Museum e na National Gallery em Londres, como preâmbulo da nomeação, em 2006, para curador principal Arturo e Holly Melosi na Dulwich Picture Gallery, onde comissariou exposições de artistas como Paolo Veronese - "The Petrobelli Altarpiece" -, Guido Reni, Salvator Rosa, Anthony van Dyck - "Van Dyck in Sicily: 1624–1625 Painting and the Plague" -, Nicolas Poussin e Cy Twombly.

Voltaria a Paolo Veronese, no qual se especializou - encontra-se hoje a preparar um novo catálogo raisonné dos desenhos do mestre italiano - enquanto curador da exposição "Paolo Veronese: Magnificence in Renaissance Venice", na National Gallery, realizada em 2014, o ano em que a Frick Collection o nomeou para os cargos que ainda ocupa.

Neste âmbito, organizou mostras sobre artistas como Guido Cagnacci, Veronese, Antonio Canova, Giambattista Tiepolo, Luigi Valadier, Bartolomé Esteban Murillo, Bertoldo di Giovanni, Giovanni Bellini e Giorgione. Ao mesmo tempo, colaborou em projetos de artistas contemporâneos como Doron Langberg, Salman Toor, Jenna Gribbon, Nicolas Party e Flora Yukhnovich.

De mãe inglesa e pai dinamarquês, ainda fez parte, em 2011, do Departamento de Pintura Europeia do Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, onde foi responsável pelas pinturas italianas dos séculos XVII e XVIII, francesas do século XVII, e espanholas.

Quanto a trabalhos mais recentes, destaca-se a curadoria das exposições "James McNeill Whistler (1834–1903)", "Chefs d’oeuvre de la Frick Collection, New York" - que teve lugar no Museu d’Orsay em Paris - e "The Polish Rider. The King’s Rembrandt", no Royal Łazienki Museum, de Varsóvia, e no Castelo Real de Wawel, em Cracóvia.

Nomeado Cavaliere della Stella d'Italia pelo Presidente da República Italiana em 2018, Xavier Salomon tem igualmente uma ampla obra académica, com artigos em várias publicações da especialidade, como "The Burlington Magazine", "Apollo", "Journal of the History of Collections", "Master Drawings", "Metropolitan Museum Journal" e "Boletín del Museo del Prado". É também autor das séries online "Cocktails with a Curator" e "Travels with a Curator", além do livro, lançado em 2022, que lhes está associado.

Como académico, esteve também ligado à Escola Britânica de Roma e ao Robert H. Smith International Center for Jefferson Studies, em Virgínia. Em 2024, foi Leigh Fermor House Fellow, no Museu Benaki, Atenas.