
Brett Hankison, antigo agente da polícia do Kentucky, nos Estados Unidos, foi condenado esta segunda-feira pela morte de Breonna Taylor, que tinha 26 anos, em 2020. Terá de cumprir 33 meses de prisão (dois anos e nove meses), seguidos de três anos de liberdade condicional supervisionada.
Hankison participou numa operação policial na casa do namorado de Taylor. A informação falsa de que o local era utilizado para armazenar drogas garantiu aos agentes autorização legal para avançar com a investigação. Assim, forçaram a entrada na casa e foram recebidos com tiros do namorado de Taylor. Esta, que não participou do confronto, foi baleada cinco vezes e tornou-se a única vítima mortal.
O namorado de Taylor afirmou que os agentes não se anunciaram, versão questionada pelas autoridades. Dois polícias que entraram na residência não foram a julgamento, uma vez que o Departamento de Justiça entendeu haver justificação legal para os disparos. Hankison não acertou em ninguém, mas atirou às cegas dez vezes de uma janela lateral, motivo pelo qual foi acusado.
O caso ocorreu dois meses antes do assassínio de George Floyd pela polícia. Esse episódio gerou protestos em Louisville, no estado de Kentucky, contra a violência policial, durante os quais dois agentes foram baleados.
Hankison foi condenado a 33 meses de prisão por uso de força excessiva. Ao proferir a sentença, a juíza distrital Rebecca Grady Jennings disse estar “assustada” e surpreendida por não haver mais vítimas dsa ações do ex-polícia. Além disso, negou o pedido do Departamento de Justiça para que a pena de prisão fosse descartada.
Segundo o advogado Ben Crump, citado pela agência AP News, esse pedido foi “um insulto à vida de Breonna Taylor e uma traição da decisão do júri”, que decidiu em novembro que o acusado violara os direitos civis de Taylor.
Texto escrito por João Sundfeld e editado por Pedro Cordeiro