Nos últimos meses tem se registado um aumento do número de casos associados ao vírus Oropouche. Até agora, a América do Sul, América Central e Caraíbas são as regiões mais afetadas.

Só este ano, o Brasil já registou mais de oito mil casos e a morte de pelo menos três pessoas, incluindo um feto de 30 semanas que foi infetado através da mãe, uma mulher de 28 anos. Entretanto, o vírus Oropouche atravessou o Oceano Atlântico e já foi detetado na Europa.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), entre os meses de junho e julho, foram identificados pelo menos 19 casos em países como Espanha (12), Itália (5) e Alemanha (2). A maioria das pessoas infetadas tinham viajado para Cuba e uma outra para o Brasil.

Como se transmite, sintomas e recomendações?

O vírus Oropouche tem origem em animais como a preguiça e é transmitido aos humanos através da picada do mosquito 'Culicoides paraensis' ou do mosquito ‘Culex quinquefasciatus’ (ausentes na Europa). Os sintomas são semelhantes aos da Dengue ou Zika como febre, dor de cabeça, dores musculares e articulares e, ocasionalmente, vómitos e diarreia.

Ainda não existe qualquer vacina de prevenção da doença ou medicamentos específicos para o seu tratamento. Contudo, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) recorda que "resultados fatais" associados aos vírus são "extremamente raros" e não existem dados que comprovem que é possível transmitir o vírus de humanos para humanos.

Recomenda-se o uso de repelente, camisas de mangas e calças compridas a quem frequentar regiões afetadas pelo vírus.

Posso viajar para regiões afetadas?

Segundo o organismo da União Europeia (UE), a probabilidade de infeção é atualmente considerada como "moderada" na América do Sul e Central. O risco de infeção aumenta se as pessoas se deslocarem para as regiões mais afetadas de um determinado país.

As grávidas são consideradas o grupo de maior risco, sendo que a infeção pelo vírus Oropouche "pode levar ao aborto espontâneo, aborto e/ou problemas de desenvolvimento e deformidades do feto".

Na Europa, o risco de infeção é para já considerado baixo. Todos os casos registados foram importados de outros países.