O Orgulho de Madrid (MADO 2025) registou este sábado uma forte adesão, com cerca de 250 mil participantes, segundo dados governamentais. Mas os números não casam com os da organização do evento, que estima um número de participantes quatro vezes maior.

De acordo com os organizadores do MADO 2025, terão sido aproximadamente um milhão de pessoas a desafiar as elevadas temperaturas que se fizeram sentir na capital espanhola. Em causa estava a reivindicação de direitos e visibilidade para a comunidade LGBTI.

A edição deste ano realizou-se sob o lema "20 anos a avançar em direitos: nem um passo atrás”, referindo-se tanto às duas décadas decorridas desde a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Espanha, como ao contexto atual, marcado por movimentos que, segundo os organizadores, colocam em risco conquistas sociais.

No plano político, o evento contou com a participação dos principais partidos de esquerda, como o PSOE, o Podemos, o Sumar e o Más Madrid. A ausência do Partido Popular (PP), que se reuniu este fim de semana também em Madrid, foi critica, numa altura de particular fragilidade para o PSOE.

Luciano Lima

Espanha foi um dos países pioneiros na consagração de direitos para a comunidade LGBTI.

Embora a homossexualidade tenha sido despenalizada no final de 1978, só em 1995 foi totalmente retirada da legislação franquista, com a revogação da chamada lei de perigosidade social.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado em 2005, durante o governo do socialista José Luis Rodríguez Zapatero, e entrou em vigor a 3 de julho desse ano. Desde então, mais de 75 mil casais homoafetivos formalizaram a sua união no país.