Centenas de pessoas concentraram-se este domingo à tarde em frente ao Teatro A Barraca, em Lisboa, em solidariedade com o ator Adérito Lopes, agredido na terça-feira por um grupo ligado à extrema-direita.

Sob o lema: "Não queremos viver num país do medo", a concentração contra o racismo e a violência foi organizada por diversas estruturas da sociedade civil, coletivos artísticos e associações, entre as quais a SOS Racismo, A Plateia e os Artistas Unidos, com iniciativas semelhantes a decorrer em Coimbra e no Porto.

Durante esta tarde, Maria do Céu Guerra pediu uma maior atuação das autoridades. Sobre as manifestações que estão a acontecer, disse que ficou feliz por ver tanta solidariedade, especialmente de jovens.

Com cartazes nas mãos e palavras de ordem contra a discriminação, os manifestantes vão ocupando o Largo de Santos, num ambiente marcado por indignação e solidariedade ao mesmo tempo.

"Sociedade tem de ter consciência dos riscos"

Pedro Delgado Alves pediu sensibilidade aos magistrados para darem uma resposta firme em casos de violência por grupos extremistas. O líder parlamentar do Partido Socialista referiu ainda que as manifestações são umas das respostas importantes da sociedade civil.

"Extrema-direita acha que pode tomar as ruas"

Na manifestação em frente ao teatro "A Barraca" contra a violência e o racismo, a coordenadora do Bloco de Esquerda disse que o discurso de ódio da extrema-direita no Parlamento está a legitimar a violência nas ruas.

Livre culpa extrema-direita por violência

Jorge Pinto, do Livre, constatou que a violência está a crescer há vários anos e culpou a extrema-direita.

Adérito Lopes, ator da companhia A Barraca, foi agredido na passada terça-feira, Dia de Portugal, por um grupo de extrema-direita quando se preparava para entrar no espetáculo "Amor é fogo que arde sem se ver", uma homenagem a Camões, com entrada livre.

Em declarações à Lusa, a diretora da companhia, a atriz e encenadora Maria do Céu Guerra, relatou que a agressão ocorreu por volta das 20:00, quando os atores chegavam ao Cinearte, no Largo de Santos.

Junto à entrada, cruzaram-se com "um grupo de neonazis com cartazes e panfletos", com frases xenófobas, que inicialmente começaram por provocar uma das atrizes.Na quarta-feira, o Ministério Público confirmou à Lusa a abertura de um inquérito para investigar os acontecimentos.


Com LUSA