
A ministra da Saúde disse esta quinta-feira que vai continuar no cargo, avançando que “não houve” relação entre a morte de um homem e a greve do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), após a inspeção ter concluído que o óbito poderia ser evitado.
“Uma coisa é certa, nunca fugirei às minhas responsabilidades de natureza política, mas o que hoje aqui está em causa, através de um relatório que é o espaço certo para se fazer esta avaliação, é que não houve, repito, não houve nenhuma relação entre a infeliz ocorrência e a greve do INEM”, disse Ana Paula Martins.
A governante falava aos jornalistas à margem da tomada de posse do bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, em Lisboa.
Sobre os pedidos de esclarecimentos de vários partidos, como PS, Chega, PCP e IL, Ana Paula Martins disse estar “sempre disponível” para responder ao que a Assembleia da República lhe quiser perguntar.
“Eu estou sempre disponível para responder a todas as questões que me sejam postas em qualquer circunstância e continuarei a trabalhar sob a liderança do meu primeiro-ministro”, garantiu.
O Chega e o PS pediram esta quinta-feira consequências políticas sobre a conclusão do relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, e a IL adiantou que vai propor a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão do INEM, um dia depois de ter sido noticiado que a morte de um homem em novembro de 2024, durante uma greve do instituto, poderia ter sido evitada.
Ao final do dia, os socialistas avançaram que vão pedir a audição urgente da ministra da Saúde, considerando que é tempo de Ana Paula Martins “assumir as suas responsabilidades”.
Também o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou ser necessário “apurar os factos todos e as responsabilidades”, sendo que a “responsabilidade política” não pode ser posta de lado.