O presidente do PSD e recandidato único ao cargo, Luís Montenegro, foi eleito com 97,45% dos votos, anunciou este sábado o Conselho de Jurisdição Nacional do partido.

Segundo o comunicado do órgão jurisdicional do PSD, nas eleições diretas para presidente da Comissão Política Nacional (CPN), que decorreram na sexta-feira, votaram 16.602 militantes de um universo de 41.863 com capacidade eleitoral, isto é, com as quotas em dia. A taxa de abstenção rondou, desta forma, os 60%.

O líder reeleito, também primeiro-ministro desde abril deste ano, venceu as diretas com 16.179 votos (97,45%) e viu renovado o seu mandato como 19.º presidente do PSD para mais dois anos. A mesa registou 326 votos brancos e 97 votos nulos.

A eleição dos restantes órgãos nacionais realiza-se no 42.º Congresso do partido, marcado para 21 e 22 de setembro, em Braga. Montenegro conseguiu assim o resultado mais expressivo de sempre em eleições internas sem concorrência no PSD.

"PSD continuará a ser um partido grande e dinâmico"

Num curto vídeo de reação à sua reeleição para presidente dos sociais-democratas, Luís Montenegro expressou um profundo agradecimento "pela confiança depositada pelos militantes" na sua liderança.

"Nos próximos anos, vamos continuar com o espírito reformista e transformador que trouxemos ao Governo de Portugal, com muita sensibilidade social, a atender à resolução dos problemas concretos de cada portuguesa e de cada português", disse.

Convicto de que o PSD "continuará a ser um partido grande", Montenegro reiterou o seu dinamismo dos democratas e antecipou os próximos desafios eleitorais.

Além das eleições autárquicas de 2025, que serão, segundo o primeiro-ministro, uma oportunidade para o PSD recuperar a liderança da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), estão também na mira do partido as presidenciais.

"Em janeiro de 2026, queremos colaborar para a eleição de um Presidente da República para os cinco anos seguintes", rematou.

Passos Coelho superado no melhor resultado de sempre

A última vez que o PSD tinha tido um candidato único à liderança foi em 2016, nas sétimas eleições diretas, as últimas em que Pedro Passos Coelho - já na qualidade de líder da oposição - foi reeleito presidente do partido com mais de 95% dos votos, até então o melhor resultado de sempre.

Antes disso, as eleições internas no PSD com candidato único foram em 2006 - a primeira que consagrou Marques Mendes por este método, e em que obteve 90,9% dos votos - e as reeleições de Pedro Passos Coelho, que em 2012 conseguiu 94,6% dos votos, em 2014 88,8% e em 2016 95,1%.

Quanto à participação, que nestas eleições ficou nos 39,6% dos militantes em condições de votar, foi semelhante à de anteriores diretas de candidato único (que oscilou entre os 37% em 2006 e os 46% em 2016).

As 12.ªs eleições diretas no PSD realizaram-se na sexta-feira em todo o país entre as 18h e as 23h, em simultâneo com a eleição dos delegados ao congresso e com eleições para as distritais de Aveiro, Braga, Bragança, Guarda, Porto, Santarém e Beja (apenas nesta última com dois candidatos) e de muitas concelhias.

Luís Montenegro foi eleito pela primeira vez presidente do PSD em 28 de maio de 2022, numa eleição em que teve como adversário interno o antigo vice-presidente do PSD e atual secretário-geral adjunto das Nações Unidas Jorge Moreira da Silva, e que venceu com mais de 72% dos votos.

Neste mandato de dois anos, disputou e venceu legislativas antecipadas em 10 de março (em coligação com CDS-PP e PPM), com a mais curta vitória de sempre sobre o PS (cerca de 50.000 votos), e perdeu as europeias de 09 de junho, nas quais os socialistas bateram a AD também por uma curta margem, cerca de 38 mil votos.

Sob a sua liderança, o PSD disputou ainda e venceu duas eleições regionais na Madeira e umas nos Açores.

Desde 02 de abril, Luís Montenegro lidera o XXIV Governo constitucional, executivo minoritário apoiado por 80 deputados (78 do PSD e dois do CDS-PP), contra 78 do PS, numa Assembleia da República em que o Chega tem 50 parlamentares.