"Em agosto, o PSD mostrava uma pulsão para descer impostos. Dissemos que era muito pouco o que estava em causa. São cinco euros por mês para a generalidade das pessoas com rendimentos até 1.500 euros (...). A enorme pulsão do PSD para baixar impostos é uma enorme propaganda e não uma vontade real de mudar", referiu Rui Rocha.

No Porto, no discurso de abertura do Conselho Nacional, o líder da IL que dedicou a intervenção às eleições europeias e a medidas anticorrupção, começou por fazer um resumo dos primeiros dias de governação da AD.

"Estes primeiros dias trazem sinais preocupantes", resumiu, dando exemplo dos impostos e dos rendimentos.

"A AD assume que o IRS deixou de ser um imposto sobre o rendimento e passou a ser um imposto sobre a idade. Quem tem mais de 35 anos agora pergunta: Que mal fizemos ao país? Este IRS pune quem tem mais de 35 anos. Põe a carga do pagamento de impostos em quem tem mais de 35 anos", disse o presidente da IL.

Rui Rocha considerou que a redução de impostos anunciada por Luís Montenegro é "insuficiente e ilusória porque incorpora uma parte que diz respeito a uma atualização dos escalões pela inflação".

"Isso não é reduzir impostos. Isso é o mínimo de justiça que deve ser imposto nestas matérias", afirmou.

Para Rui Rocha, "outro sinal preocupante" é a previsão de aumento do salário médio bruto para 1.750 euros em 2023.

"O que é que a AD tem para oferecer sobretudo aos jovens portugueses? Um salário médio bruto de 1.750 em 2030? Que sinal se está a dar aos jovens que estão a pensar sair do país ou aos que, já tendo saído, viam uma esperança para regressar? Está-se a dizer que vamos demorar até 2030 para ter um salário bruto que pouco mais acrescenta do que a inflação prevista. É ficar na mesma", apontou.

Este foi o único momento da reunião do Conselho Nacional da IL aberto aos jornalistas.

Na agenda da reunião consta a apresentação e deliberação da candidatura às eleições europeias e um debate sobre o Manifesto Europeu.

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