
O país está a viver uma época precoce e extrema de fogos florestais, vários dos quais de grande dimensão e alguns ameaçando a região de Vancouver, prevendo-se que a situação se agrave durante o verão, devido à seca e às temperaturas acima do normal.
Cerca de 225 incêndios estão atualmente ativos nas regiões centro e oeste do país, e mais de 30.000 pessoas já tiveram de ser retiradas.
O incêndio descontrolado próximo de Vancouver propagou-se rapidamente nas últimas horas, ameaçando agora o distrito de Squamish e os seus 25.000 residentes.
A floresta em redor da cidade está envolta em fumo denso, observou um jornalista da AFP.
Na noite de terça-feira, várias pessoas saíram para observar o avanço do fogo, cujas chamas são visíveis das ruas.
Nos telhados das casas, alguns instalaram sistemas de rega para molhar as paredes.
Os incêndios estão a avançar sobre florestas a um ritmo sem precedentes, excluindo 2023, um ano extraordinário em que já foram consumidos 3,5 milhões de hectares pelo fumo, aproximadamente o tamanho da Bélgica.
Bill Merryfield, investigador do Ministério do Ambiente, afirmou à AFP que "a área ardida no final de maio é cerca de três vezes a média de dez anos para esta altura do ano".
Para Marc-André Parisien, investigador do Serviço Florestal canadiano, a situação é "preocupante".
"Estamos a assistir a cada vez mais incêndios nestas áreas que tradicionalmente não queimavam", explicou à AFP.
Esta intensidade faz lembrar o verão apocalíptico de 2023, com quase 18 milhões de hectares ardidos, de acordo com dados atualizados do Centro Interagências de Incêndios Florestais do Canadá (CIFFC).
O Canadá, que está a aquecer duas vezes mais depressa do que o resto do planeta, enfrenta um número crescente de eventos climáticos severos.
Associado às alterações climáticas, o aumento das temperaturas está a levar a menos neve, invernos mais curtos e amenos e condições de verão mais precoces que favorecem os incêndios florestais, segundo os especialistas.
Scott Moe, chefe do governo de Saskatchewan (centro), província que enfrenta um dos seus piores inícios de época de incêndios de sempre e declarou o estado de emergência no final de maio, as últimas duas semanas foram "muito difíceis".
Mas, embora a província "ainda esteja a combater incêndios no norte", quase metade dos habitantes retirados estão a preparar-se para regressar às suas comunidades, acrescentou.
De acordo com dados oficiais, a maioria dos incêndios é iniciada por atividades humanas, muitas vezes acidentalmente em ambientes muito secos.
PDF // JPS
Lusa/Fim