Portugal está a transformar-se num verdadeiro ponto de encontro para talento internacional e já não é só um destino turístico ou um refúgio para quem procura qualidade de vida. Cada vez mais, atrai uma nova geração de estudantes e de profissionais estrangeiros: jovens qualificados, nómadas digitais e recém-formados que escolhem o país para viver e trabalhar, não só pela flexibilidade que o trabalho remoto permite, mas também pela experiência cultural, social e profissional que aqui encontram.
Esta é uma oportunidade que as empresas portuguesas não podem ignorar. Ao atrair talento de todo o mundo, o país posiciona-se como uma plataforma de inovação e diversidade. E há um passo essencial a dar: integrar este talento. Não basta que nos escolham para viver. É preciso que sintam que pertencem cá.
A integração começa com abertura. Abertura cultural, abertura nas lideranças, abertura na forma como desenhamos os ambientes de trabalho. O talento estrangeiro traz novas perspetivas, novas competências e uma ambição que pode contagiar positivamente equipas inteiras. Ignorá-lo é desperdiçar um ativo valioso, quando integrá-lo é dar um passo em direção a um verdadeiro ecossistema global.
Para isso, é necessário mais do que flexibilidade ou contratos competitivos. É preciso criar culturas organizacionais onde a diversidade seja um valor vivido e não apenas declarado. Equipas multiculturais, espaços que promovem a colaboração e redes de apoio que facilitem a adaptação são fatores determinantes para que este talento queira não só vir, mas ficar.
A verdade é que Portugal tem tudo para se afirmar como um hub internacional de talento. Temos qualidade de vida, segurança, acesso fácil a outros mercados e uma cultura que sabe receber. Mas para que esse potencial se cumpra, temos de evoluir na forma como olhamos para o talento. Não há “nós” e “eles”, há equipas mais fortes, mais diversas e mais preparadas para o futuro quando se derrubam barreiras e se cultivam pontes.
Esta nova geração não está apenas à procura de um trabalho, está à procura de um lugar onde possa construir uma vida. Se soubermos responder a essa procura com propósito, inclusão e visão de futuro, Portugal não será apenas o país onde se vive bem. Será o país onde vale a pena crescer, ficar e criar raízes.
CEO do LACS