"O setor do jogo está a passar por um suave abrandamento, apesar de ter o número de turistas ser ainda robusto; as receitas do jogo aé julho caíram cerca de 1% face aos primeiros sete meses de 2018, o que compara com um crescimento de 14% no total do ano passado", lê-se na mais recente análise da agência de 'rating' ao território.

No relatório, os analistas escrevem que o 'rating' de Macau, avaliado em duplo A, bem confortável na escala de investimento, "está sedeado nas finanças públicas e externas excecionalmente fortes e no compromisso com a prudência orçamental em tempos de abrandamento das receitas do jogo e de choques negativos nas receitas".

Entre os fatores que mais afetam a avaliação da qualidade do crédito de Macau está a China, não só pela exposição dos bancos ao país, mas também devido á dependência da volatilidade da evolução do PIB, à concentração da economia no setor do jogo e turismo vindos do gigante asiático.

"Qualquer mudança inesperada que limite a capacidade dos turistas do continente viajarem para Macau ou que termine o monopólio do jogo na China pode ser negativo para o perfil de crédito do território, alerta a Fitch.

As receitas dos jogadores de apostas elevadas (jogo VIP) caíram 14,5% no primeiro semestre deste ano, mas o mercado de massas continuou com um bom desempenho, tendo aumentado as receitas em 16,9% no mesmo período, escrevem os analistas da Fitch.

O Governo de Macau deverá chegar ao final do ano com um excedente orçamental de 9,6% do PIB, um ligeiro decréscimo face aos 12,2% registados no ano passado, mas ainda assim excecionalmente elevado face à média dos países analisados por esta agência de 'rating', que nota ainda que o território deverá ter reservas externas no valor de 136% do PIB.

A Agência Lusa publica até 20 de dezembro uma série de notícias que assinalam os 20 anos da transferência de administração do território entre Portugal e a China.

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