Anildo Morais falava aos jornalistas à margem da 21ª reunião dos Chefes de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza hoje e quinta-feira, na cidade da Praia.

A necessidade da criação desta força foi recentemente demonstrada aquando da tragédia em Moçambique, adiantou o militar.

"Se o mecanismo estivesse operacionalizado, teríamos prestado maior apoio a Moçambique", disse, referindo que, num primeiro momento, existiu "um apoio de Portugal, Brasil e Angola, mas foram ações individuais, desses países".

Anildo Morais revelou que os trabalhos já estão "muito avançados nos procedimentos" e que "brevemente" estará concluído o documento que atesta a criação desta força, e que terá de ser assinado pelos ministros da Defesa.

Para já, o documento -- que "terá de ter o consenso de todos os países" -- só ainda não foi assinado pela Guiné Equatorial, situação que deverá ser ultrapassada durante esta reunião em Cabo Verde.

A força resultará dos meios que os países vão colocar à disposição, que serão inventariados, e envolverá todos os ramos das Forças Armadas: Exército, Marinha e Força Aérea.

Igualmente presente no encontro, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) de Portugal, António Silva Ribeiro, sublinhou que "a tragédia de Moçambique tornou mais urgente e premente a necessidade de se criar esse mecanismo".

"Cada um de nós contribuirá com os meios, com as capacidades que tem, para acorrer a acidentes naturais ou catástrofes de qualquer natureza nos países da CPLP", disse.

Para António Silva Ribeiro, "é urgente que se criem os mecanismos de operacionalização. Esta reunião poderá ser determinante na efetivação de medidas concretas para a implementação deste mecanismo".

Esta 21.ª reunião das chefias militares da CPLP é organizada pelas Forças Armadas de Cabo Verde e começou hoje com uma cerimónia militar no Memorial Amílcar Cabral, na cidade da Praia.

Os Chefes de Estado-Maior-General das Forças Armadas da CPLP depositaram uma coroa de flores com o símbolo da Comunidade junto à estátua do fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana.

No âmbito desta reunião, os Chefes de Estado-Maior-General das Forças Armadas da CPLP realizaram terça-feira uma visita de cortesia ao ministro da Defesa, Luís Filipe Tavares, e irão ser recebidos pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, na quinta-feira, dia em que será aprovada e assinada a Declaração Final do encontro.

SMM/RYPE

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