Os dois condutores foram alvejados e ficaram feridos com gravidade, enquanto dois ajudantes escaparam com ferimentos ligeiros.
"Uma pessoa disparou, parada, na berma da estrada", disse à Lusa um dos condutores, Ernesto Salomão, cuja viatura ficou imobilizada no local e onde é possível contar sete perfurações de balas na cabine.
O ataque ocorreu cerca das 04:00 horas (menos uma hora em Lisboa) num troço da estrada nacional 6 (EN6) junto a uma zona de colinas no distrito de Gondola, Manica.
A EN6 é o principal corredor rodoviário do centro de Moçambique, ligando a cidade da Beira, no oceano Índico, aos países africanos do interior.
O condutor do outro pesado, mesmo ferido, continuou a marcha até participar o caso às autoridades policiais, que destacaram um contingente para o local.
Armando Amadeu, director do Hospital distrital de Gondola, disse à Lusa que os dois condutores sofreram traumatismos diversos, com projéteis nas pernas e braços.
Quando a Lusa estava no local do ataque, uma equipa de observação de cessação das hostilidades militares chegou para averiguar o incidente, mas não prestou declarações.
Mario Arnança, porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, confirmou o ataque à Lusa e assegurou que uma equipa foi destacada para investigar o incidente.
Não há informações sobre quem os possíveis autores do ataque.
A zona centro de Moçambique foi historicamente palco de confrontos armados entre forças governamentais e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, oposição) até dezembro de 2016, altura em que as armas se calaram, tendo a paz sido selada num acordo subscrito a 06 de agosto último.
Permanecem na zona guerrilheiros da Renamo, em número incerto, que contestam a liderança do partido e que têm ameaçado recorrer às armas caso não sejam ouvidos - mas que, por sua vez, também se dizem perseguidos por outros elementos desconhecidos.
AYAC // JH
Lusa/Fim