"Nessa matéria, subscrevo inteiramente o que já foi dito pelo primeiro-ministro", disse Paulo Portas, à margem da conferência "Confiança e crescimento: um novo ciclo para Portugal", que decorreu hoje em Lisboa, promovida pelo International Club of Portugal, na qual foi hoje orador.

Paulo Portas referia-se às declarações de Passos Coelho, que destacou a autonomia das instituições, como a Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público, ao ser questionado sobre as buscas que decorreram hoje em vários organismos públicos, nomeadamente serviços da Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), serviços do Ministério das Finanças, entre outros, bem como em diversas empresas e residências particulares, segundo um comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Durante uma visita à feira agropecuária Ovibeja, Passos Coelho mostrou-se surpreendido com as "averiguações" afirmando: "Para mim foi uma surpresa, mas uma surpresa dentro da normalidade".

O Ministério Público revelou hoje de manhã estarem então em curso 34 buscas em diversos pontos do país, envolvendo seis magistrados, 80 elementos da PJ e 15 da Autoridade Tributária (AT), no âmbito do processo "Vistos Gold".

Segundo a PGR, neste inquérito "investigam-se, entre outras, matérias relacionadas com a atribuição de vistos 'gold' e estão em causa suspeitas de crimes de corrupção, tráfico de influências, peculato e branqueamento de capitais".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) confirmou também que uma equipa da PJ, sob a orientação do Ministério Público, estava a proceder a buscas nas instalações da direção-geral dos Assuntos consulares e comunidades portuguesas, no âmbito de processos que envolvem matérias daquela direção-geral, segundo um comunicado.

JMG (LL/RRL/PCR) // CSJ

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