"Se estou a dizer que faremos um acordo na concertação social para fixar o valor não vou avançá-lo", afirmou Passos Coelho, questionado pelos jornalistas sobre o valor a partir do qual defende o chamado plafonamento das pensões.

Segundo o também primeiro-ministro, trata-se de "pensões que valem vários milhões de euros", as chamadas "pensões milionárias" e que não incluem a "grande maioria" das pessoas.

"A pensão média, estatutária, em Portugal, anda por valores que não são muito superiores a 900 euros. Estamos a falar de múltiplos disto, de três vezes isto, quatro vezes isto, cinco vezes isto. Não estamos a falar de uma coisa que deva, no essencial, preocupar a grande maioria daqueles que recebem", afirmou, após uma visita a uma empresa produtora de azeite de Beja.

Perante a insistência dos jornalistas para que avançasse um valor a partir do qual se aplicaria esse teto nas pensões, Passos Coelho repetiu sempre que será aquele que vier a ser definido em concertação social.

No mesmo sentido, o líder social-democrata remeteu para a concertação social a forma de "reforçar o financiamento da Segurança Social em 600 milhões" de euros.

Passos Coelho relacionou esta matéria com as poupanças que, disse, o PS tencionava fazer na Segurança Social, 1.020 milhões em prestações sociais e cerca de 1.660 milhões de euros nos próximos quatro anos congelando pensões.

"As pensões estão congeladas, não há poupança nenhuma. Qual poupança?", questionou, sublinhando que as únicas pensões que foram descongeladas pelo atual Governo foram as mais baixas, as mínimas, socais e rurais.

"Já vamos em 1.020 milhões mais 1.600 milhões sem explicação. Porque é que o PS não diz o que pretende com estas matérias?", interrogou-se.

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