A campanha, lançada em 2013 pelas Nações Unidas, arrancou hoje em Cabo Verde, primeiro país africano a aderir à iniciativa, no âmbito do Dia Internacional dos Direitos Humanos e da iniciativa 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Género.

No âmbito da campanha, prevê-se a realização, durante o próximo ano, de iniciativas que promovam educação para a igualdade de lésbicas, gays, bissexuais e transgénero (LGBT) e aumentem a consciencialização sobre a violência e a discriminação homofóbica e transfóbica.

Na cerimónia de apresentação da campanha, Mayra Andrade considerou que a questão dos direitos das pessoas LGBT está ainda atrasada em Cabo Verde.

"Há uma percentagem da nossa população que ainda vive oprimida com medo de assumir o que é, que ainda sofre preconceitos. Temos alguns pioneiros que tiveram coragem de assumir há alguns anos. Da mesma forma que foram atacadas as questões da violência de género e do trabalho infantil é preciso abraçar a causa de LGBT para dentro de pouco tempo ter igualdade de direitos", considerou, em declarações aos jornalistas.

A cantora disse ainda acreditar que Cabo Verde será capaz de seguir os bons exemplos de outros países que, constitucionalmente, estão hoje mais avançados em matéria de direitos LGBT.

Também presente na cerimónia, a ministra-adjunta e da Saúde, Cristina Fontes Lima, lembrou o percurso legislativo do país em matéria de liberdade sexual desde 2005.

A ministra defendeu a necessidade de garantir maior consciencialização sobre a violência, a discriminação e o respeito pelos direitos das pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgénero.

A coordenadora do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ulrika Richardson defendeu a necessidade de equacionar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Cabo Verde

"Em 2015, uma média de 15 países reconheceram o direito de casamento dos LGBT. Aqui em Cabo Verde temos de começar a ver o quadro legal para saber o que fazer nesse sentido", declarou, citada pela agência de notícias Inforpress.

A homossexualidade deixou de ser crime em Cabo Verde em 2004, mas as famílias homossexuais não têm a mesma proteção e benefícios que as heterossexuais.

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