"O público nortenho sabe estar e deu aqui o exemplo de que consegue estar com a dignidade que lhe era exigida, afirmou o autarca, quando assistia à prova.

Dezenas de milhares de pessoas, ordeiramente concentradas nas zonas espetáculo, receberam hoje, em Fafe, o regresso de uma prova que já não percorria oficialmente aquele troço desde 2001.

Os maiores aglomerados de pessoas localizavam-se, como é tradição, na zona do Confurco e no salto que antecedia a meta, locais aproveitados pelos aficionados para tirar inúmeras fotografias aos automóveis do Mundial de ralis.

Entre a multidão em delírio à passagem das máquinas do WRC, encontravam-se muitos estrangeiros, destacando-se os espanhóis e britânicos.

À Lusa, Raul Cunha recordou que, durante vários anos, "muita gente" usou o argumento do comportamento dos espetadores para o rali não regressar ao Norte, uma ideia que, frisou, ficou agora contrariada.

"Correu bem. O público tem-se comportado de forma ordeira e respeitado as orientações", insistiu, frisando que a presença de muitos espetadores, como hoje aconteceu em Fafe, é importante para a competição, para os pilotos e para as marcas.

O autarca recordou a tradição do concelho nos desportos motorizados e a importância que teve no regresso do rali ao norte do país, sobretudo quando organizou, durante dois anos, "com enorme sucesso", a prova de demonstração conhecida como "WRC Fafe Rally Sprint".

"Fafe é um 'ex-líbris' do Rali. Felizmente foi possível criar as condições para que o campeonato viesse para o Norte. Vindo para o Norte tinha de estar em Fafe", vincou.

Para Raul Cunha, a grande festa que se viveu hoje no concelho também é importante para ajudar a economia local, sobretudo a restauração e a hotelaria, algo que, assinalou, Fafe já tinha experimentado noutras edições da prova.

Há, porém, para o edil, outra mais-valia do Rali, que é a "oportunidade única" de o concelho se promover além-fronteiras.

"Há um valor difícil de quantificar que é a promoção da marca Fafe, ligada à qualidade dos nossos troços. É uma dádiva da natureza e queremos tirar rendimento disto", comentou.

A propósito, avançou à Lusa que o município está a trabalhar para aproveitar as condições naturais, nomeadamente os troços em terra batida, para desenvolver uma escola de ralis e organizar treinos.

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