"Ando há dois anos, desde que sou secretário-geral, a defender uma clara aposta no interior do país. É preciso discriminação positiva, seja na questão das acessibilidades, seja nas pessoas que vivem cá, seja nos impostos ou nos licenciamentos das empresas", afirmou.

Carlos Silva falava no final de uma visita que realizou ao concelho do Fundão, a convite do município local, e durante a qual ficou a conhecer a Escola Profissional do Fundão, bem como duas empresas (uma têxtil e outra do setor dos serviços partilhados) localizadas neste distrito de Castelo Branco.

Em declarações à agência Lusa, Carlos Silva referiu que as medidas a aplicar também devem promover a criação de postos de trabalho e de "aproveitamento de mão-de-obra que contribua para a "fixação de pessoas" e para "a melhoria da qualidade de vida" nas regiões abrangidas.

O sindicalista destacou o papel dos municípios do interior para a resolução de problemas e procura de soluções que permitam a criação de emprego, mas também lembrou que estes "não podem fazer tudo sozinhos".

Sobre as preocupações que lhe foram apresentadas no Fundão, Carlos Silva explicou que estas são "transversais" às preocupações que se encontram noutras regiões do país e que se prendem com a "chaga social que se chama desemprego".

Para a combater, afirmou, "é preciso uma resposta mais efetiva e maior investimento nas políticas ativas de emprego".

Defendeu igualmente que essas políticas devem ser mais adequadas às necessidades das empresas, nomeadamente no que concerne ao plano formativo dos cursos superiores e também às formações e estágios financiados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

"Há uma questão que levo daqui, que é a da necessidade de o país, e sobretudo o IEFP e o Governo, encontrarem formas de articular melhor aquilo que são as ofertas formativas com as exigências das empresas", disse.

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