O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyuisi, acompanhado pela sua mulher, Isaura Nyusi, ofereceu um jantar de retribuição ao Presidente português e a Maria Cavaco Silva, no final da vista oficial de dois dias que efetuou a Portugal.

Um "jantar à moçambicana", na presença da sua delegação, do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e que também constituiu um "sinal inequívoco da vitalidade dos profundos laços de amizade, solidariedade e cooperação" entre Portugal e Moçambique.

O líder moçambicano exprimiu satisfação pelos resultados dos diversos encontros, que permitiram "renovar e reafirmar os compromissos mútuos em manter o estádio excelente das relações político-diplomáticas", consolidar parcerias económicas e perspetivar "patamares mais altos de relacionamento".

O alargamento das relações "a homens de negócios e organizações da sociedade civil", foi outro aspeto enfatizado por Filipe Nyusi, que também quis deixar vincada a "mensagem autêntica do nosso país: a determinação do nosso povo em continuar a viver unido e em paz, num país uno e indivisível".

"Sonhamos e estamos ao leme de um barco onde todos navegamos, o barco da inclusão, o barco da confiança mútua, no qual nada pode diferenciar os moçambicanos", disse.

Ao dirigir-se ao "povo português" na fase final da intervenção, antecedida pelo hino de Moçambique ao som de um saxofone - o mesmo sucedeu com o hino nacional antes das palavras de Cavaco Silva -, o chefe de Estado do país africano reiterou o "firme compromisso em garantir que as oportunidades existentes e ampliadas nesta visita sejam transformadas em parcerias concretas e viáveis", propondo no final um brinde.

Na sua intervenção, Cavaco Silva destacou a visita "de um amigo próximo" que escolheu Portugal "como primeiro destino, fora do continente africano das suas visitas bilaterais", e considerado "revelador da fraterna amizade e da robustez da parceria estratégica" entre os dois países.

Os protocolos assinados no decurso da deslocação, com destaque para o instrumento relacionado com a regularização da situação do património imobiliário ocupado pelas chancelarias e embaixadas em Portugal e Moçambique, e o Memorando de entendimento entre os dois governos no domínio da Parceria de apoio programático para o quinquénio 2015-2019 mereceram a referência de Cavaco Silva, para além da inclusão na declaração conjunta "à realização em 2016 da III Cimeira bilateral".

O aprofundamento das relações bilaterais no âmbito do Fórum de Negócios que hoje decorreu e o "empenhamento" do chefe de Estado moçambicano "no processo de diálogo e reconciliação" interna foi outro aspeto sublinhado na intervenção, num país com "vasta população jovem à qual urge dar oportunidades e sentido de futuro".

"Poderá, como sempre, contar com o firme apoio de Portugal na procura das modalidades de cooperação que permitam a criação e a diversificação dessas oportunidades", assinalou.

Numa referência à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi destacado o "empenho de dinamismo" de Moçambique nos trabalhos desta comunidade lusófona.

Neste aspeto, Cavaco Silva considerou que o reforço do relacionamento económico entre Lisboa e Maputo deve também atender ao "aproveitamento das oportunidades oferecidas pelas diferentes molduras regionais e multilaterais" onde os dois países estão presentes e aproveitar "o potencial que ambos os países detêm enquanto plataformas para os espaços geográficos em que se inserem.

Após elogiar o "prestígio da comunidade artística e literária moçambicana, amplamente reconhecido" - na sequência da visita que os dois estadistas efetuaram esta tarde, na Sociedade Nacional de Belas Artes, à exposição Retrospetiva de 40 anos de independência de Moçambique - Artistas moçambicanos em Portugal" - o chefe de Estado português concluiu com novo brinde "à saúde e bem-estar do Presidente Filipe Nyusi e da senhora D. Isaura Nyusi, à prosperidade do povo moçambicano e aos laços de amizade fraternal que unem Portugal e Moçambique".

O Presidente de Moçambique iniciou formalmente na quinta-feira uma visita de Estado a Portugal, a convite do seu homólogo português Aníbal Cavaco Silva.

O programa oficial da visita iniciou-se com a deposição de uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões, após o que o chefe de Estado moçambicano, acompanhado da mulher, foi recebido no Palácio de Belém, seguindo-se uma reunião de trabalho entre os dois presidentes.

Filipe Nyusi também se reuniu na quinta-feira com Passos Coelho e Assunção Esteves.

Esta visita é a primeira que o chefe de Estado moçambicano, empossado a 15 de janeiro, realiza fora do continente africano.

PCR // JPS

Lusa/Fim