Falando em Bissau, nas cerimónias evocativas do aniversário da morte de uma heroína nacional, Titina Silá, em que se celebra simultaneamente o Dia da Mulher Guineense, o chefe de Estado disse que o cultivo de arroz, base da dieta alimentar dos guineenses, "é um imperativo nacional, como o foi a luta pela libertação" do país.

Vaz defende a cultura para reduzir a insuficiência alimentar e para permitir usar para outros fins as verbas hoje usadas para importação de arroz.

Para isso tem apelado aos cidadãos do país a meterem a "mão na lama", expressão que em crioulo que quer dizer "trabalho afincado".

"Convido as mulheres do país a meterem a 'mão na lama' comigo para o cultivo do arroz", disse José Mário Vaz, recebendo palmas de centenas de mulheres que se encontravam na praça Titina Silá.

O chefe de Estado guineense enalteceu a contribuição das mulheres desde a luta armada pela independência na organização da vida económica e social do país e ainda na produção de riqueza, destacando o facto de serem "as atuais dinamizadoras da economia".

José Mário Vaz afirmou que "muita coisa tem sido feita" no sentido de elevar a presença feminina nos órgãos de decisão, mas admitiu ser necessária trabalhar para eliminar de vez a ideia de "secundarização do papel da mulher" na sociedade em certos casos.

O Presidente aproveitou para ler em voz alta uma lei aprovada recentemente pelo parlamento que criminaliza todas as formas de violência doméstica, sobretudo contra a mulher.

"A partir de hoje, quem cometer qualquer ato de violência doméstica contra a mulher terá que ajustar contas com a Justiça", disse José Mário Vaz, merecendo a aprovação das mulheres presentes na cerimónia - que contou com a presença dos os responsáveis políticos do país e Corpo Diplomático.

MB // EL

Lusa/Fim