De acordo com dados preliminares sobre o mercado discográfico português, em 2014, Miguel Carretas referiu que "o mercado em digital cresceu muito significativamente e dentro do digital houve uma evolução radical, com o 'streaming' a equilibrar-se com o 'download'. A música transformou-se num serviço".

Esta é primeira vez em que o mercado da música digital em Portugal se divide, em 50 por cento, entre a escuta legal de música na Internet - em serviços como o Spotify - e a compra de música em digital.

Falando no fórum internacional "O lugar da cultura", em Lisboa, Miguel Carretas remeteu para breve os dados totais sobre o mercado discográfico em 2014. Por ora, quanto a valores globais, sabem-se apenas os de 2013: o mercado português registou 16,5 milhões de euros, dos quais 4,9 milhões foram de vendas em digital.

Dentro da música em digital, em 2013 os portugueses fizeram mais descarregamentos legais de música (57 por cento) do que escuta em serviços de 'streaming'.

O mercado discográfico físico (que inclui CD, DVD musicais e vinil) sofreu uma quebra acentuada e consecutiva desde 2002. Nesse ano representou 105 milhões de euros de vendas, enquanto em 2013 foram contabilizados 11,5 milhões de euros.

Esta semana, a Federação Internacional da Indústria Discográfica (IFPI) publicou o relatório anual sobre o panorama discográfico de 2014, revelando que, pela primeira vez, se vendeu tanta música em formato digital como em suporte físico e a tendência é para um aumento do digital.

Miguel Carretas afirmou que, em Portugal, o sistema de escuta legal de música em 'streaming' através de uma subscrição regular - como pagar uma mensalidade no Spotify - funciona, "mas só pode ir para a frente se houver vontade de acabar com a pirataria" e com os 'downloads' ilegais.

O responsável pela AFP e diretor-geral da associação Audiogest falava num debate sobre direitos de autor e direitos conexos no fórum "O lugar da cultura".

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Lusa/fim