De acordo com o estudo, a que a Lusa teve hoje acesso, aquela empresa angolana estima que o 'stock' de escritórios na cidade de Luanda atingiu em dezembro passado uma área bruta locável de 765 mil metros quadrados (m2).

O documento identifica que o segmento de escritórios em Angola "continua concentrado na grande Luanda". Esta, por sua vez, está dividida na área central da capital, entre a baixa da cidade, zona alta e praia do Bispo, e ainda na nova zona de Talatona, nos arredores.

Além do crescimento de 44% face a 2013, o estudo da Zenki Real Estate, que atua em Angola desde 2009, prevê o aumento da área disponível para escritórios nos próximos dois anos, aproximando-se dos 880.000 m2 até final de 2015 e ultrapassando 1.000.000 m2 no seguinte.

"O maior crescimento previsto registar-se-á na baixa da cidade e em Talatona, devendo estas duas zonas representar 75% do stock existente em Luanda no final de 2015", refere o estudo, que concentra a procura de escritórios na capital nas áreas do setor energético, financeiro e organismos públicos.

Ainda segundo as conclusões deste estudo, cada metro quadrado para escritórios chega a ser vendido, na baixa da cidade (a mais procurada), a 12.000 dólares (10.700 euros), enquanto o aluguer pode chegar aos 160 dólares (140 euros) por mês.

Em termos globais, os valores para arrendar um escritório em Luanda custou menos 12,5%, em termos médios, em 2014, tendo em conta o aumento da oferta.

Os escritórios disponibilizados em Luanda distribuem-se por áreas de construção antiga, ainda do tempo colonial português, e por outras mais recentes, com vários arranha-céus em edificação.

A Zenki Real Estate, afiliada da CBRE, que por sua vez é líder mundial em serviços imobiliários e que está presente em 62 países, prevê ainda a abertura de quatro novos centros comerciais entre a cidade de Luanda e Talatona, num total de 178 mil metros quadrados de área bruta locável, distribuídos por mais de 320 lojas.

A província de Luanda concentra 6,5 milhões de habitantes, segundo dados do recenseamento da população angolana, realizado em 2014.

O reforço da tributação do património é uma das vertentes identificadas pelo Governo angolano para incrementar as receitas fiscais do país, ainda concentradas na exportação de petróleo.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, perspetivando atingir a marca de 1,8 milhões de barris de crude produzidos diariamente.

O petróleo representou 76% das receitas fiscais angolanas em 2013.

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