O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, já advertira na véspera, durante uma visita ao Luxemburgo, que Portugal não subscreverá conclusões da União Europeia sobre o "pacote energia" que ignorem a questão das interconexões, apontando que o Governo quer ver consagradas metas vinculativas para as interligações energéticas entre a Península Ibérica e o resto da Europa, dados os avanços quase nulos verificados nos últimos 12 anos, com base em metas meramente indicativas.

Para Passos Coelho, em causa está o facto de o nível de interligação entre Portugal e Espanha e a França, ou seja, "o resto da Europa", ser inferior a 2% da capacidade instalada, levando a que a Península Ibérica seja "uma ilha energética" no seio da UE, quando as metas estabelecidas há já 12 anos pela União Europeia, em Barcelona (2002), previam 10%.