"As novas investigações lançam ainda mais incerteza sobre as já estabelecidas investigações do proceso 'Lava Jato', envolvendo a petrolífera Petrobras e várias das maiores empresas brasileiras, e sobre o processo judicial contra os bancos, por causa da política económica dos anos 90, que ainda aguardam um desfecho do Supremo Tribunal Federal do Brasil", escrevem os analistas da Fitch.

De acordo com esta agência de 'rating', uma das três maiores do mundo, "a mais recente investigação judicial a atingir o Brasil é uma investigação em grande escala sobre corrupção, a respeito de crimes de evasão fiscal e subornos pagos à CARF, o conselho de recurso fiscal", que envolve "várias grandes empresas brasileiras e alguns dos maiores bancos privados no Brasil".

Para os peritos da Fitch, "ainda é cedo para determinar o impacto desta nova investigação aos bancos no Brasil", mas existe o risco de algumas decisões favoráveis às empresas poderem ser revertidas.

"Na maioria dos casos, uma reversão da senteça fiscal [favorável à empresa] não deverá ter um impacto direto no 'rating' dos bancos, mas o processo legal demorado é um fardo que pode prolongar estas disputas por anos, acrescentando custos operacionais" às contas dos bancos, diz a agência.

Numa nota positiva, conclui a Fitch, as novas leis anticorrupção, que entraram em vigor em março, "estão a estabelecer um tom mais agressivo" para a aplicação das ações judiciais e o incentivo às empresas que denunciem práticas de corrupção ou que participem nas investigações "deve ajudar a desencorajar a corrupção".

MBA // MAG

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