Cláudia Almeida, investigadora do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da UNL e coordenadora da equipa, explicou à Lusa que o trabalho visa, numa primeira fase, "transformar neurónios normais" humanos em "neurónios em risco de desenvolver a doença" e "usar o modelo para validar os mecanismos da doença e novas terapêuticas".

A sua equipa vai pegar em fibroblastos (células presentes na pele) normais de humanos adultos, reprogramá-los para se transformarem em neurónios (células do sistema nervoso) e cultivá-los em 3D (neuroesferas).

Nos neurónios normais criados serão colocadas "alterações dos genes que estão relacionadas com a doença de Alzheimer, conferindo risco de desenvolvimento da doença" neurodegenerativa, na sua fase tardia, a que ocorre após os 65 anos.

A investigadora esclareceu que o grupo pretende "recapitular as principais características da doença", nomeadamente ver se há alterações no biomarcador beta amiloide, o principal constituinte das placas de amiloide observadas no cérebro de pessoas com Alzheimer.

O projeto de investigação conta, também, com a colaboração da cientista Catarina Brito, especialista em culturas 3D da Unidade de Tecnologia de Células Animais do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier e do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, da UNL.

O Prémio de Investigação Santander Totta/UNL, no valor de 25 mil euros, será entregue, a 22 de abril, na reitoria da universidade, de acordo com uma nota da organização hoje divulgada.

A distinção resulta da colaboração entre a UNL e a instituição bancária, que concede o montante, e visa premiar a investigação nas áreas das ciências da vida, ciências sociais e humanas, ciências exatas e engenharias.

A oitava edição, referente a 2015, abrangia trabalhos na área das ciências da vida.

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