"O nosso objetivo é abranger toda a cadeira de valor de conceção de um projeto, desde a produção de conhecimento, à investigação aplicada, ao seu desenvolvimento e, por último, à colocação do produto no mercado", disse à Lusa o adjunto da direção do INESC TEC, Augustin Olivier.

O responsável frisou que 40% dos projetos, todos elaborados por alunos de mestrado, doutoramento ou pós-doutoramento, se transformam em negócios.

Esta mostra, que acontece anualmente e que, este ano, marcou o arranque das comemorações dos 30 anos do INESC TEC, pretende "dar ideia do que pode aparecer" no mercado nos próximos anos, assim como apresentar trabalhos que, normalmente, não chegam às empresas, afirmou.

Estabelecer parcerias, tanto no mercado português como estrangeiro, é outro dos propósitos, referiu Augustin Olivier.

Dois alunos, um de mestrado e outro de doutoramento, criaram um ponto de acesso voador para disponibilizar internet em eventos temporários, nomeadamente festivais, concertos ou cinema ao ar livre.

"O ponto de acesso, designado como router, está instalado num drone e concebido para voar sobre multidões", explicou José Oliveira, de 24 anos.

Numa fase embrionária, a "invenção" ainda não foi testada em ambiente real por motivos de segurança e burocracia.

"Aquilo que o diferencia do que já existe é ser capaz de se reconfigurar autonomamente porque o dispositivo segue a multidão e dá melhores experiências aos utilizadores", avançou Eduardo Almeida.

Na área das tecnologias do mar, Filipe Teixeira, de 27 anos, desenvolveu um sistema de comunicações rádio submarinas para aplicar num robot.

O aluno realçou que o propósito é transmitir vídeos em tempo real que envolvam buscas e salvamento, manutenção, inspeção e monitorização de instalações submarinas ou monitorização ambiental.

"O sistema de comunicação sem fios também pode ser útil para procurar caixas negras de aviões quando estes se despenham no mar", frisou.

A bateria do aparelho pode durar algumas horas, mas o próximo passo é conseguir carrega-lo sem o trazer para terra, revelou.

Filipe Teixeira considerou que a tecnologia do mar "tem grande potencial" e está ainda pouco explorada, por isso, pode ter boa aceitação no mercado.

Além disso, foram ainda apresentadas tecnologias de planeamento para cirurgia de tratamento de cancro da mama, monitores de eletrocardiogramas de baixo custo, ferramentas automáticas para análise de colposcopias digitais ou transferência de energia sem fios.

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