De acordo com o relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, ao qual a Lusa teve hoje acesso, as vendas de divisas entre 22 e 26 de junho foram concretizadas a uma taxa média de referência do mercado cambial interbancário de 121,965 kwanzas (90 cêntimos) por cada dólar, um novo máximo.

Na semana anterior, o BNA vendeu aos bancos comerciais, em leilões, 350 milhões de dólares (315 milhões de euros), tendo o banco central em curso desde o final de maio um programa para enfrentar a atual crise cambial no país.

O kwanza angolano já desvalorizou mais de 20% face à moeda norte-americana nos últimos oito meses, devido à crise da quebra da cotação internacional do petróleo, que fez diminuir as receitas fiscais e a entrada de divisas (dólares) no país.

A situação está a complicar as necessidades de moeda estrangeira que Angola tem para garantir as importações, de alimentos a matéria-prima e máquinas.

Alguns empresários admitiram nas últimas semanas a possibilidade de pararem a produção devido à falta de matéria-prima, tendo em conta os atrasos nos pagamentos de faturas internacionais, dependentes da disponibilização de divisas pelos bancos.

O governador do BNA disse no final de maio que aquela instituição tem agora "elementos para flexibilizar" a gestão do mercado cambial, passando pelo aumento de dois para três leilões semanais, para regularizar o fluxo de divisas à banca comercial, que tem vindo a aumentar nas últimas semanas.

"Com as medidas que vamos tomar, cremos que a situação se vai começar a resolver paulatinamente", apontou na ocasião José Pedro de Morais Júnior.

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