"Se nós tivermos a capacidade de cada um de nós de perceber a narrativa do outro e a sua justificação, então damos um avanço forte na compreensão e até na inevitabilidade histórica de alguns acontecimentos", disse Jorge Sampaio, em declarações aos jornalistas sobre o colóquio internacional organizado pela Casa dos Estudantes do Império, sob o lema "História, memórias e legados".

"O que não podemos é pensar que há só uma verdade sobre isso, há várias verdades, narrativas, há vários confrontos pacíficos que se têm que fazer a nível universidades, escolas, historiadores", frisou Jorge Sampaio.

O ex-Presidente português defendeu a proposta, destacando "o esforço" de dois historiadores - um israelita e outro palestiniano - que, recentemente se propuseram a fazer um livro de História que fosse comum, contando em "cada página uma versão dos acontecimentos" sobre os dois territórios.

"É extremamente difícil mas necessário que nós, com a nossa narrativa - cada um de nós tem uma narrativa sobre tudo -, tenhamos a possibilidade de perceber a outra narrativa e naquele local do mundo é quase impossível, porque se compararmos os trabalhos que foram feitos sobre os mesmos acontecimentos a versão é totalmente diferente e é ignorada do outro lado", disse Jorge Sampaio.

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