"Esta divisão tem criado uma hierarquia que é percecionada na sociedade como havendo um sistema mais para as elites [as universidades], e um sistema mais de segunda categoria, que seria o politécnico. Isto tem sido muito negativo para o país. Nós desde há muito tempo que vimos defendendo que o sistema devia ser unitário, apesar de diversificado. Os públicos são diversos, os objetivos formativos são diversos. Essa diversidade deve continuar a existir, mas nada obriga a que isso só possa ser feito a partir de uma divisão quase estanque entre os dois subsistemas", disse hoje o dirigente da Fenprof João Cunha Serra.

O sindicalista falava numa conferência da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) em Lisboa, convocada para apresentar as propostas que a federação quer levar universidades, politécnicos, alunos, entre outros, a discutir, estando já previsto pedir a marcação de reunião com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) para discutir a proposta hoje formalizada.

A Fenprof acusa o Governo de ter "procurado acentuar as diferenças" entre os dois subsistemas, e de querer transformar o ensino politécnico -- sobretudo as instituições com menos procura -- em instituições de "ensino pós-secundário, ensino profissional".

IMA

Lusa/fim