"Os corpos de quatro pessoas mortas pelo Boko Haram foram descobertos em Achigachia", localidade que faz fronteira com a Nigéria, disse uma responsável por um posto de segurança.

"Eles mataram duas pessoas em casa, antes de matarem outras duas num campo de milho", acrescentou a mesma fonte, citada pela agência noticiosa francesa AFP.

Uma autoridade tradicional de Achigachia, que se refugiou numa aldeia vizinha, também confirmou as mortes.

"Duas das vítimas são velhos que não conseguiram fugir para a cidade e as outras duas são jovens", precisou.

Na quarta-feira, confrontos entre a população de uma aldeia e o grupo extremista provocaram seis mortos, três dos quais são elementos do Boko Haram. Outras três pessoas foram mortas numa outra aldeia.

"A situação nas zonas próximas da fronteira é extremamente preocupante", afirmou Mey Ali, responsável por uma organização não-governamental que trabalha naquela região.

Segundo Mey Ali, vários elementos do Boko Haram vêm as aldeias todos os dias para pilhar, matar, extorquir dinheiro e roubar documentos de identidade.

O grupo de Boko Haram quer instaurar um califado no norte da Nigéria, maioritariamente muçulmano, ao contrário do sul, de maioria cristã.

A população dos Camarões residente na fronteira com a Nigéria tem fugido para o interior do país devido aos ataques do Boko Haram.

O Chade, que já apelou à formação de uma coligação de países da região contra o grupo extremista, enviou um contingente militar para os Camarões para ajudar a combater os ataques do Boko Haram.

A violência da insurreição do Boko Haram e da sua repressão pelas forças armadas nigerianas já causaram mais de 13 mil mortes desde 2009 e perto de 1,5 milhões de refugiados e deslocados.

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