De acordo com as listas afixadas publicamente, José Maria Pereira Coutinho, aposentado, é candidato pela "ex-província ultramarina" de Macau e concorre na qualidade de independente.

O contacto e morada declarados por Coutinho são os oficiais da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, associação a que preside.

Como número dois do grupo de efetivos, Pereira Coutinho leva Gilberto Carlos Conceição Camacho, elemento que surge como suplente na lista de Pereira Coutinho candidata ao Conselho das Comunidades Portuguesas, cujas eleições se realizam a 06 de setembro.

Em declarações à agência Lusa em meados de agosto, Pereira Coutinho tinha garantido ser candidato em Portugal e salientava que, em caso de eleição, o seu lugar não estaria condicionado porque, sendo eleito pelo círculo fora da Europa, não estaria obrigado a permanecer em Lisboa, mas podia viajar pelas comunidades portuguesas para auscultar os seus problemas e levá-los ao conhecimento das autoridades portuguesas.

No entanto, Pereira Coutinho é também deputado à Assembleia Legislativa de Macau, o que levou já o presidente do hemiciclo da Região a salientar que a sua candidatura em Portugal "é uma questão diplomática".

"É difícil responder porque se trata de uma questão diplomática e, na qualidade de deputado de Macau, ele deve observar as leis de Macau, porque foi jurado para prestar fidelidade à República Popular da China. Quanto a essa dupla fidelidade eu não me atrevo aqui a dizer muito, não sei", afirmou Ho Iat Seng, quando questionado sobre um eventual conflito de interesses no exercício de funções parlamentares no estrangeiro, isto durante o balanço da atividade do parlamento de Macau feito há uma semana.

JCS (FV) // SMA

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