Em declarações à Lusa, o também presidente da Associação de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde, disse que a notícia da morte de Manoel de Oliveira deixou triste a classe dos produtores, mas também todos os que estão ligados ao cinema.

"A sua obra é imortal", frisou, notando que Manoel de Oliveira "não foi só um homem da área do cinema, mas também um homem que tinha uma grande vivência em várias áreas".

Para Júlio Silvão Tavares, o cinema de Manoel Oliveira é "a imagem de Portugal", dizendo que retratou fases distintas, mas sempre com a preocupação de defender as classes desfavorecidas.

"Manoel de Oliveira contribuiu muito para a educação e valorização do homem português. Foi um defensor intransigente da causa dos mais fracos e fez com que a beleza de Portugal ultrapassasse oceanos e chegasse a vários continentes", recordou Júlio Silvão Tavares, referindo que levou a língua portuguesa a todos os cantos do mundo, "o que é muito importante".

Júlio Silvão considera que Manoel de Oliveira é "imortal" e essa imortalidade está representada na "vastíssima" obra que deixou, considerando que será valorizada não só pelos profissionais do cinema, mas por todo o mundo.

"Deixou um grande espólio que vale a pena ser valorizado e salvaguardado", disse, indicando que a Associação de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde, criada a 31 de março de 2012 na Cidade Velha (Ribeira Grande de Santiago), vai enviar uma mensagem de condolências à família e a todas as associações do setor em Portugal.

"É uma forma de demonstrar a admiração pelo contributo que deu para o cinema português e para a boa imagem de Portugal que fez passar em todo o mundo", adiantou.

Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nascido a 11 de dezembro de 1908, no Porto, era o mais velho realizador do mundo em atividade.

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