A proposta de atribuição de um subsídio de 2.195.70 euros ao Grupo dos Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga (GAMNAA) partiu do presidente da Câmara, João Moura, e foi aprovada por unanimidade pelo executivo municipal.

O autarca justifica esta iniciativa, inédita ao nível municipal, "pela necessidade de reforçar a mobilização dos cidadãos e das organizações públicas e privadas em torno de uma causa de indiscutível interesse cultural para o país, pois cria condições para todos os portugueses poderem beneficiar de um valioso património".

Denominada "Vamos por o Sequeira no lugar certo", a campanha de angariação de fundos do GAMNAA visa ajudar o Museu a adquirir por 600 mil euros a um privado o quadro "A Adoração dos Magos, pintura de Domingos Sequeira, de 1828.

Primeira do género em Portugal, a campanha pretende envolver a sociedade civil na aquisição de uma obra que o diretor do Museu considera "absolutamente excecional" e que irá juntar-se a um acervo que já inclui 45 pinturas de Sequeira (1768-1837).

Segundo João Moura, o montante que Cantanhede destina à criação do fundo para a compra da pintura de Sequeira "corresponde a 0,06 euros por habitante do concelho, ou seja, a autarquia assume integralmente por toda a população o donativo proposto a cada português pela entidade promotora da campanha".

O autarca adianta ainda que, na qualidade de membro do Conselho Diretivo da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, sugeriu, na última reunião ordinária desse órgão, que fosse lançado um desafio com contornos idênticos a todas as autarquias do país.

"A aquisição de 'A Adoração dos Magos' deve merecer o apoio dos municípios, não apenas porque se trata de proporcionar ao Museu Nacional de Arte Antiga os meios de que não dispõe nesta altura para comprar um bem patrimonial amplamente reconhecido como estruturante para o seu importante acervo cultural e artístico, evitando assim a sua saída do país, mas também porque esse apoio é consentâneo com as responsabilidades das autarquias em matéria de preservação do património nacional", reforça João Moura.

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