A marcha teve concentração e partida do Estádio da Várzea, local onde se içou a bandeira e foi proclamada a independência de Cabo Verde, percorreu a principal Avenida da Cidade da Praia, a Avenida Cidade de Lisboa, e terminou em outro local emblemático, o Parque 5 de Julho.

Durante o percurso a animação foi feita por vários grupos de tabanka, género musical e manifestação cultural de Cabo Verde, batucada, e desfile de muitas crianças, militares, políticas e sociedade civil.

Para o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que é também presidente da Comissão de Honra das Comemorações, a marcha valeu pelo seu simbolismo, que está ligado a um percurso de 40 anos de Cabo Verde como país independente.

Referindo-se ao "esforço" para edificar um "Estado viável", a democracia e um país reconhecido, Jorge Carlos Fonseca disse também que é momento para os cabo-verdianos exaltarem aquilo que fizeram de bom e de muito bom e corrigir o que não foi bem feito.

O mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana almejou um país cada vez mais justo, fraterno e inclusivo e considerou "um sinal positivo" de "gente audaz, ousada e ambiciosa" que exige mais emprego, mas universidades, mais cultura, mais economia e mais desporto.

Por sua vez, o ministro da Cultura cabo-verdiana, Mário Lúcio Sousa, também membro da Comissão de Honra, disse que a ideia foi começar as comemorações no dia de África, 25 de maio, e terminar no Dia da Cultura Cabo-verdiana, 18 de outubro.

Durante quase cinco meses, Mário Lúcio Sousa indicou que serão realizadas muitas atividades, com destaque para os meses temáticos, sendo que maio é dedicado à África, junho às crianças, julho à independência com a realização de muitas palestras e conferências.

Já o mês de agosto será dedicado à Nação global e à diáspora cabo-verdiana, setembro ao nascimento de Amílcar Cabral (12 setembro) e às questões de nacionalidade e outubro será dedicado à cultura cabo-verdiana.

O ministro garantiu que, além de todas as ilhas do país, serão realizadas atividades na diáspora cabo-verdiana, estando a organização já a trabalhar com as associações de cabo-verdianos em Portugal, Holanda, França, São Tomé e Príncipe e com os serviços consulares e embaixadas.

Mário Lúcio informou que haverá ainda um desfile, em data a indicar, de todas as comunidades imigradas residentes no país e que a cultura, o desporto e educação estarão presentes em todos os momentos.

"Queremos trabalhar muito a ideia da disciplina no trabalho, da união entre os cabo-verdianos. é momento de ultrapassarmos os dissensos, os conflitos e discutir, cada um com o seu ponto de vista, sobre o que nos falta, até sermos uma Nação sólida, onde as pessoas possam viver sem riscos de pobreza ou poucos cuidados e falta de acesso", sublinhou o ministro.

Cabo Verde tornou-se independente a 5 de julho de 1975.

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