A escola foi criada em parceria entre o governo do Rio de Janeiro e a Universidade de Heibei, na China, para oferecer ensino especializado em ciências exatas e em inglês e mandarim. Os alunos foram selecionados no ano passado, tendo sido privilegiado quem já estudava na rede pública estadual.

A universidade chinesa envia professores e material didático para a escola e a ideia é oferecer intercâmbios entre estudantes dos dois países.

De sua sala com vista privilegiada para a Baía de Guanabara, a diretora Janete Fortes diz que sempre sonhou em trabalhar numa escola deste tipo. Orgulhosa, lê e relê as redações da primeira turma de alunos.

"Sempre quis trabalhar numa escola com metodologia diferenciada", disse a diretora, que ainda não sabe falar mandarim.

Até 2017, a escola estará a funcionar na sua capacidade plena, com 216 estudantes nos três níveis do ensino médio. Ao contrário da maioria das unidades de ensino estaduais do Rio, este colégio tem metodologia semelhante à da Escola da Ponte, no Porto, com ensino integral que tem em conta as aptidões e capacidades do aluno numa constante orientação vocacional e socio-emocional.

Além das aulas regulares, os estudantes também têm acesso à sala de música, piscina e até sessões de pilates.

"O estudante chega muito jovem ao ensino médio. Aqui, nós oferecemos uma disciplina que o ensina a administrar o seu tempo, o que ele pode fazer para atingir o seu objetivo de vida. Essa disciplina é uma inovação aqui no Rio", afirmou Patrícia Tinoco, subsecretária de Gestão de Ensino da Secretaria de Estado da Educação do Rio de Janeiro.

Para oferecer um tipo de ensino tão raro na maioria das escolas públicas do Rio, o custo também é maior. Um aluno do Colégio Matemático Joaquim Gomes de Souza custa 9.000 reais (2.793 euros) aos cofres públicos anualmente. Nas escolas normais, o valor é de 4.500 reais (1.396 euros).

Além desta, existem outras três escolas públicas bilíngues no Rio de Janeiro: de inglês, francês e espanhol. Uma nova unidade, com foco no ensino da língua alemã, está em negociação no governo estadual.

O novo colégio foi instalado num palacete que serviu de casa de férias de membros da família real e que não tinha qualquer utilidade nos últimos anos.

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