Com o título "Eduardo PESSOA Lourenço", a mostra inclui obras de e sobre Fernando Pessoa, "um dos grandes e heterodoxos interesses intelectuais" do ensaísta Eduardo Lourenço (1923-2020), cujo centenário do nascimento está ainda a ser comemorado.

"Eduardo Lourenço sempre teve uma intenção de deixar livros para os outros lerem", afirmou Maia do Amaral, um dos curadores, indicando que a exposição "é também uma ode" ao antigo estudante e assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) "como idealizador de bibliotecas".

Da curadoria, fazem também parte os professores da FLUC António Pedro Pita e Manuel Portela (diretor da Biblioteca Geral) e o geógrafo Rui Jacinto, do Centro de Estudos Ibéricos (CEI).

A exposição sobre a biblioteca pessoana doada por Eduardo Lourenço à BGUC inclui livros sobre o também modernista Mário de Sá-Carneiro, que teve em Fernando Pessoa o seu melhor amigo.

O programa global, também com conferências e visitas guiadas, reflete "a relação do autor com os livros", adiantou Maia do Amaral, recordando que o filósofo "era um apaixonado por leituras muito ecléticas".

Ele, que "amava e precisava" dos seus livros, "decidiu em vida deixá-los partir numa intenção evidente de dar a ler aos outros", tendo distribuído a sua biblioteca privada por diferentes cidades e entidades, refere a curadoria numa nota enviada à Lusa.

"Separados por sua mão, segundo o seu próprio critério, são cerca de 500 obras, incorporadas em 2014, que se encontram tratadas e acessíveis no nosso catálogo integrado", de acordo com a BGUC.

Com entrada livre, a exposição pode ser visitada na Sala de São Pedro da Biblioteca Geral até 30 de julho, de segunda a sexta-feira, das 14:30 às 17:30, exceto os feriados.

Realização conjunta da BGUC e do CEI, da Guarda, com apoio do município de Coimbra e da Liga dos Amigos da Biblioteca Geral, está integrada no programa do centenário de Eduardo Lourenço.

É ainda possível assistir a várias conferências com a participação de especialistas como João Dionísio, Osvaldo Manuel Silvestre e A. E. Maia do Amaral, bem como incorporar visitas guiadas pelos curadores.

CSS // JEF

Lusa/Fim