"A sua dedicação ajudou a criar um futuro mais seguro e esperançoso para algumas das populações mais vulneráveis do mundo", declarou Peter H. Vrooman, embaixador dos EUA em Moçambique, durante a atribuição do prémio, citado num documento da embaixada.

Júlia Wachave trabalha em Cabo Delgado há 14 anos e, ao lado da ONU Mulheres, destacou-se, na linha de frente, entre as pessoas que prestaram apoio às mulheres em centros de acolhimento criados devido ao conflito armado que há seis anos assola a província do Norte de Moçambique.

"Durante estes anos, temos acompanhado realidades duras. Trabalhamos para hoje ter estratégias, políticas, e mudar vidas de muitas mulheres", disse a ativista, citada no documento.

A premiada é atualmente diretora executiva da Associação para a Proteção das Mulheres e Meninas (Promura) em Cabo Delgado e foi anteriormente coordenadora provincial de Cabo Delgado da Rede de Defensores dos Direitos Humanos de Moçambique.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência, que desde dezembro voltou a recrudescer com vários ataques à populações e forças armadas, levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio, primeiro do Ruanda, com mais de 2.000 militares, e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.

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