"Neste momento está em cima da mesa uma proposta muito inteligente, o Hamas tem de dizer que sim, isto tem de acontecer", afirmou Blinken, citado pelo diário liberal israelita Haaretz, aos manifestantes que se encontravam frente ao seu hotel.

Blinken, que chegou a Israel na terça-feira à noite no âmbito de uma digressão regional para impulsionar um segundo cessar-fogo - depois de quase sete meses de guerra em Gaza e mais de 34.500 mortos - insistiu junto dos manifestantes, que empunhavam cartazes pedindo ajuda para libertar os reféns, que os EUA não descansarão enquanto estes não regressarem a casa.

"Não vamos descansar, não vamos parar até que se reúnam com os vossos entes queridos, por isso, por favor, mantenham-se fortes, mantenham a fé, estaremos convosco todos os dias até conseguirmos", disse Blinken naquela que é a sua sétima visita à região desde o ataque do Hamas de 07 de outubro.

O secretário de Estado reuniu-se hoje em Telavive com o Presidente israelita Isaac Herzog, a quem reiterou o seu empenho em alcançar um acordo de tréguas "agora", e culpou o Hamas em caso de fracasso, apesar de os islamitas não terem alterado as suas exigências iniciais, incluindo o fim total da guerra, que pode agora ter-se transformado num cessar-fogo de meses.

"Estamos determinados a conseguir um cessar-fogo que traga os reféns para casa, e estamos determinados a consegui-lo agora. E a única razão para não o conseguirmos seria por causa do Hamas. Há uma proposta em cima da mesa. E, como já dissemos, sem atrasos, sem desculpas. O momento é agora", afirmou Blinken, segundo um comunicado do porta-voz da presidência israelita.

O secretário de Estado norte-americano quis também recordar os habitantes de Gaza que "sofrem com o fogo cruzado provocado pelo Hamas", de acordo o comunicado, e garantiu estar a trabalhar para que tenham acesso a alimentos, medicamentos, água e abrigo.

Blinken deverá reunir-se hoje com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no seu gabinete em Jerusalém para discutir os progressos registados com vista a um eventual cessar-fogo.

A resposta do Hamas à última contraoferta de tréguas é esperada nas próximas horas e deverá incluir a troca de 33 reféns vivos por um número não especificado de prisioneiros palestinianos, bem como o regresso dos habitantes de Gaza deslocados para o norte.

Após 208 dias de guerra, a Faixa de Gaza encontra-se num estado de devastação, com 80% da sua população deslocada à força, escassez de água e uma falta extrema de alimentos, o que levou cerca de 200 mil pessoas no norte à beira da fome, para além de uma proliferação crescente de doenças.

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